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GLOBALIZAÇÃO NO MUNDO E EM MOÇAMBIQUE

GLOBALIZAÇÃO NO MUNDO E EM MOÇAMBIQUE  

1.1.Globalização

Globalização é uma força condutora central por trás das rápidas mudanças sociais, políticas e económicas que estão a remodelar as sociedades modernas e a ordem mundial (CARDOSO, 1996)

Para DRUCKER, (1993) a globalização significa “A integração do capital, da tecnologia e da informação para lá das fronteiras nacionais, criando um mercado global único e em certa medida, uma aldeia global”.

 De acordo com BHALLA, (2005)

Globalização como um processo que tem conduzido ao condicionamento crescente das políticas económicas nacionais pela esfera mega económica, ao mesmo tempo que se adensam as relações de interdependência, dominação e dependência entre os actores internacionais e nacionais, incluindo os próprios governos nacionais que procuram pôr em prática as suas estratégias no mercado global.

 

Globalização é um conjunto de transformações económicas, políticas, sociais e culturais que se fazem sentir a nível mundial. Nas suas formas mais visíveis, estas transformações estão frequentemente associadas a inovações tecnológicas. As novidades tecnológicas, e a velocidade a que estas ocorrem no mundo contemporâneo, contribuem para crer que a globalização constitui um fenómeno completamente novo.

Nesse sentido, com a unificação dos continentes, a Terra torna-se um só e único “mundo”. Para Jean-Robert Pitte, em suaobra “A natureza humanizada”, “globalização é o fenômeno que se verifica actualmente e que consiste numa progressiva integração dos investimentos, mercados, meios de comunicação e transporte em nível mundial”.

Globalização é um fenômeno que tende a aproximar culturas, costumes sociais, políticos e econômicos de todos os países do mundo. O efeito é causado pelos sucessivos avanços da tecnologia, principalmente na área de comunicação e transportes, que proporcionam uma integração maior entre as diversas regiões do mundo.

A globalização também é fruto do capitalismo e um de seus maiores “trunfos”. Ela tende a deixar o mundo cada vez mais homogêneo. Foi uma maneira de fazer com que os países desenvolvidos continuassem produzindo e tendo mercado para essas mercadorias. Caso não houvesse essa proximidade com outros mercados, essa produção não teria um destino, visto que logo o mercado interno do país estaria abastecido.

Esse fenômeno fez com que notícias que aconteciam em lugares distintos pudessem ser enviadas para todo o mundo em tempo real. Isso é fruto do avanço no campo das comunicações. Além disso, pessoas puderam chegar a lugares que, antes dos avanços nos meios de transporte, só seriam alcançados com muito tempo de viagem e muito investimento.

1.2. Características da globalização aspectos positivos e negativos

Uma das características da globalização é o facto de ela se manifestar nos mais diversos campos que sustentam e compõem a sociedade: cultura, espaço geográfico, educação, política, direitos humanos, saúde e, principalmente, a economia. Dessa forma, quando uma prática cultural chinesa é vivenciada nos Estados Unidos ou quando uma manifestação tradicional africana é revivida no Brasil, temos a evidência de como as sociedades integram suas culturas, influenciando-se mutuamente.

Existem muitos autores que apontam os problemas e os aspectos negativos da globalização, embora existam muitas polêmicas e discordâncias no cerne desse debate. De toda forma, considera-se que o principal entre os problemas da globalização é uma eventual desigualdade social por ela proporcionada, em que o poder e a renda encontram-se em maior parte concentrados nas mãos de uma minoria, o que atrela a questão às contradições do capitalismo.

Além disso, acusa-se a globalização de proporcionar uma desigual forma de comunicação entre os diferentes territórios, em que culturas, valores morais, princípios educacionais e outros são reproduzidos obedecendo a uma ideologia dominante. Nesse sentido, forma-se, segundo essas opiniões, uma hegemonia em que os principais centros de poder exercem um controle ou uma maior influência sobre as regiões economicamente menos favorecidas, obliterando, assim, suas matrizes tradicionais

1.1.2. Início da Globalização

A globalização tem várias datas apontadas para seu início, mas seu provável começo foi na era dos descobrimentos, em que as embarcações das potências da época descobriam, levavam e traziam mercadorias e também notícias de lugares distantes. No entanto, a época em que houve um grande salto importante para os resultados da globalização actual, foi a partir da Revolução Industrial. Outros eventos importantes para a globalização foram: a Revolução Tecnológica e a Segunda Guerra Mundial.

Como resultado desse esforço e das melhorias em nossos meios de informação e de transporte, temos hoje um mundo cada vez mais interligado. Portanto,a globalização é o nível mais elevado da internacionalização.Com a globalização, o mundo torna-se cada vez menor.Novos termos foram criados para identificar essa nova imagem,como: “nave Terra”, “aldeia global”, “sociedade global” etc. Portanto,há muito tempo o mundo vem se internacionalizando, mas só recentemente tornou-se globalizado.

1.1.3.Impactos da globalização a nível local

Segundo MACHADO, (2000) os benefícios estão mais relacionados com a dispersão do conhecimento através de uma maior socialização das novas tecnologias em áreas como informática,genética, comunicação e informação,além de áreas como a robótica.

Mas em contrapartida podemos dizer que as nações não estão em igualdade de condições para adquirir este conhecimento e competir no mercado global.

Existem vários elementos que podem ser considerados como consequências da globalização no mundo. Uma das evidências mais emblemáticas é a configuração do espaço geográfico internacional em redes, sejam elas de transporte, de comunicação, de cidades, de trocas comerciais ou de capitais especulativos. Elas formam-se por pontos fixos – sendo algumas mais preponderantes que outras e pelos fluxos desenvolvidos entre esses diferentes pontos.

Outro aspecto que merece destaque é a expansão das empresas multinacionais, também chamadas de transnacionais ou empresas globais. Muitas delas abandonam seus países de origem ou, simplesmente, expandem suas actividades em direção aos mais diversos locais em busca de um maior mercado consumidor, de isenção de impostos, de evitar tarifas alfandegárias e de angariar um menor custo com mão de obra e matérias-primas. O processo de expansão dessas empresas globais e suas indústrias reverberou no avanço da industrialização e da urbanização em diversos países subdesenvolvidos e emergentes, incluindo o Brasil.

Outra dinâmica propiciada pelo avanço da globalização é a formação dos acordos regionais ou dos blocos económicos. Embora essa ocorrência possa ser inicialmente considerada como um entrave à globalização, pois acordos regionais poderiam impedir uma global interação econômica, ela é fundamental no sentido de permitir uma maior troca comercial entre os diferentes países e também propiciar acções conjunturais em grupos.

Por fim, cabe ressaltar que o avanço da globalização culminou também na expansão e consolidação do sistema capitalista, além de permitir sua rápida transformação. Assim, com a maior integração mundial, o sistema liberalou neoliberalampliou-se consideravelmente na maior parte das políticas económicas nacionais, difundindo-se a ideia de que o Estado deve apresentar uma mínima intervenção na economia.

O desenvolvimento local assume assimuma posição de alternativa à crise, seja ela económica, política e ambiental. Portanto, o desenvolvimento local procuracongregar em uma análise mais completa detodas estas crises e busca meios para vence -lás.

1.1.4.Impactos positivos da globalização a nívellocal

Ø  Vincular o processo de desenvolvimento económico local com a globalização;

Ø  Dispersão do conhecimento através de uma maior socialização das novastecnologias em áreas como informática, genética, comunicação e informação, além de áreas como a robótica.

Ø  Aumento crescente do sector financeiro da economia local;

Ø  Permite uma forma de desenvolvimento económico aliado ao social, visto que, no local pode-se privilegiar as especificidades culturais, políticas, sociais, económicas e ambientais.

Ø  Expansão do Terceiro Sector;

Ø  Faculta o processo de inserção global em seus aspectos de benefício às comunidades locais em que tal processo venha a acontecer.

Ø  O local, sendo signo do global, ao se desenvolver, poderá levar a um efeito multiplicador que irá beneficiar globalmente.

1.1.5.Impactos negativos da globalização local

Ø  Aumento do desemprego nos países devido a busca de uma melhor inserção competitiva no mercado global;

Ø  As nações não estão em igualdade de condições para adquirir este conhecimento e competir no mercado global;

Ø  Crises cada vez mais frequentes e com influências cada vez mais devastadoras sobre as economias da periferia.

Ø  O nível local aparece como lugar de regulação de disfunções, propiciando interacção entre tecnologia, cultura e economia.

2. Impactos da Globalização a nível Regional

O desenvolvimento das tecnologias de comunicação e de informação resultantes da revolução digital, intensificaram os efeitos do processo de globalização mudando anatureza do tempo e do espaço, alterando a noção de distância, cruzando fronteiras edescontextualizando muita das instituições e das práticas sociais. A globalização damodernidade emerge, assim, como um processo de compressão do tempo e de aniquilação do espaço, (ROMERO, 2004).

O fenómeno Globalização foi e é considerado por todos um grande passo para a humanidade. Este como o conhecemos, nasce após a segunda guerra mundial com a criação da ONU e diversas organizações regionais.A criação destas organizações regionais, trouxe consigo uma maior aproximação dos países em redor do continente onde se encontram situados.

2.1 Impactos Positivos da Globalização Regional

 

Ø  Associa a um conjunto profundo de transmutações da vida quotidiana, que afectam aspráticas sociais e os modos de comportamento preexistentes;

Ø  Intensificação das relações bilaterais entre países;

Ø  Maior facilidade de mobilidade das pessoas entre países;

Ø  Aumento do fluxoturístico;

Ø  Maior e mais rápida transmissão de conhecimento nas mais diversas áreas, com destaque para a ciência e tecnologia;

Ø   Diluição das fronteiras;

Ø  Aumento do comércio mundial;

Ø  Crescimento e desenvolvimento da Economia dos Estados.

Ø  Maior disponibilidade de poupança, condição necessária para a elevação da taxa de crescimento económico;

Ø  Maior eficiência nos investimentos, direccionando os recursos existentes para as oportunidades mais produtivas;

Ø  Disponibilidade de instrumentos para melhor gerenciamento de riscos financeiros, por parte de governos e empresas;

Ø  Maior facilidade de financiamento de deficits fiscais, já que os governos deixam de depender apenas dos mercados domésticos.

2.2 Impactos negativos da globalização regional

Ø  Aumenta desigualdade e desemprego;

Ø  Redução de custos é algo frequente no mundo globalizado;

Ø  Com a globalização os países perdem a sua soberania;

Ø  O desaparecimento da mão-de-obra como factor chave da produção emergirá como o crítico assunto pendente da sociedade capitalista;

Ø  Redução dos empregos formais e aumento dos informais;

Ø  Danos ecológicos;

Ø  Aumento da dominação das grandes multinacionais perante os Estados-Nação;

Ø  Exploração de recursos naturais em países mais pobres.

3. Influencia nível macro (continente africano) e Micro da Globalização

A tendência de regionalização é mais evidente e profunda. Nos anos mais recentes o continente africano tem tido enfrentado uma série de desafios, cujas origens, na grande parte se localizamà primeira vista, fora do continente, isto é, no sistema internacional e nas economias e políticas do Primeiro Mundo. Desafios que são denominados como “globalização”, fim da bipolaridade, hegemonia do neoliberalismo e ajuste estrutural. De outro lado, observa-se uma profunda crise interna na maioria dos países africanos, uma crise que abrange a economia, a sociedade, o Estado e sua legitimidade,(TRINDADE, 2006).

A globalização continuará a reforçar a interdependência entre diferentes Países e regiões.Ela pode também contribuir para o aprofundamento da parte entre a África e aEuropa. E para apoiar este partenariado duma forma mutuamente vantajosa a Europa devecontinuar a abrir os seus mercados para produtos e serviços nos quais a África tem uma realvantagem comparativa.Mas os desafios que enfrentam os Países Africanos é o de desenhar políticas quemaximizem os potenciais benéficos da globalização e minimizem os riscos dedesestabilização e marginalização. Nenhuma destas políticas que se mencionam a seguir énova, e alguns Países Africanos têm vindo a ser aplicá-las à já algum tempo:

3.2. Manter estabilidade macroeconômica e acelerar a reforma estrutural.

Na medidaem que oContinenteentra para a «segundafase do ajustamento» a ênfasedeve ser postanamanutenção da estabilidade econômica e reforço da implementação de políticasestruturais que tomemestaseconomiasmaisflexíveis, preparadas para a diversificação e menosvulneráveisaoschoquesexternos. OsGovernosdevempriorizar o Investimento no capital humano, especialmentenasaúde e naeducação; mas tambémassegurar que osserviçospúblicosnomeadamente a rede de transportespúblicos, aenergia, a água e as telecomunicaçõessãofornecidas a um custorazoável.

3.3. Garantir a segurança econômica

Estabelecer o quadro legislativo e institucionaladequado para o desenvolvimento da aticidade econômica, retira o sentido deincerteza que paira sempre no processo de tomada e decisão em muito dos Paises.Garantir a transparência, a previsibilidade e a imparcialidade do sistema legal e deregularão é uma das principais tarefas dos Governos.

3.4. Reformar o sector financeiro.

Com o fimde melhor mobilizar a poupança eaprofundar a intermediação financeira nossos Países precisam de reforçar os seussetores financeiros. Os elementos críticos incluem a independência do BancoCentral que deve ter como objetivo a estabilidade de preços,autonomia etransparência na condução da política monetária; praticas bancárias saudáveis e bomfuncionamento do sistema de pagamentos.

3.5. Prosseguir com um bom governo.

Os Países não deverão poupar esforços parareduzir as oportunidades das actividades de corrupção e aumentar a prestação decontas dos funcionários públicos, eliminar o desperdício de fundos públicos efornecer a necessária segurança interna.

3.6. Partenariado com a sociedade civil.

Os governos terão que encorajar ativamente a participação da sociedade civil no debate sobre a política econômica e procurar umvasto apoio da população para os esforços de ajustamento. Para esse efeito osGovernos necessitam de explicar os objetivos da sua política econômica e solicitar ocontribuo daqueles a quem as políticas se dirige.

O quadro dramaticamente negro que se vive no continente, ultrapassa sobremaneira, a dimensão do problema, pois os riscos de virmos a ser literalmente “engolidos” pela Globalização, são enormes.

3.7. Recomendações:

v  Apoiar aos empreendedores por necessidade, em especial para obtenção de recursosfinanceiros no mercado formal;

v  Adequação das instituições financeiras às demandas dos empreendedores, emespecial para linhas de crédito (micro-crédito, Fundo de Aval e Capital de risco) eo estabelecimento de acções concretas de consultoria financeira;

v  Incentivar os aspectos de criatividade nos empreendedores, pois no caso brasileiroos negócios são extremamente concentrados em poucas actividades, com altaconcorrência e baixa inovação;

v  Orientar os empreendedores para aberturas de negócios orientados para empresas,reconhecidamente de maior valor agregado;

v  Introdução de modificações na legislação trabalhista, objetivando a redução dacarga trabalhista e incentivando a expansão da contratação de mão-de-obra formale aumento do quantitativo de indivíduos protegidos pelos direitos trabalhistas;

v  Implantação em todos os níveis educacionais de conteúdos para odesenvolvimento do espírito empreendedor;

v  As instituições de ensino (publicas e privadas) devem adoptar metodologias deEnsino a Distancia – EAD para capacitação virtual de empreendedores, pelaabrangência do método e do relativo custo do projecto.

Uma nova valorização do dinheiro no mercado mundial e um crescimento imenso das aplicações de curto prazo. As novas tecnologias de comunicação e a liberalização dos mercados financeiros criaram uma maior mobilidade destes capitais. Globalização é, em primeiro lugar, o “financiamento” da economia mundial (SANTOS &SOUSA, 2002: 31-206).

4.Globalização das Micro e Pequenas Empresas

A globalização tem efeitos drásticos para asMicro e Pequenas Empresas:

v  O fim dos regimes de governo totalitário;

v  A era da inteligência humana e das mudanças tecnológicas;

v  Demografia modificada pelas novas nações;

v  Uma economia globalizada;

v  Fim da dominação económica, política ou militar por qualquer nação.

 

A mobilidade do capital internacional não tem alterado o desequilíbrio e concentração financeira entre os países centrais e periféricos. Os investimentos, comércio e fluxos financeiros são concentrados no EUA, Europa Ocidental e Japão.

5. Influência da globalização em Moçambique.

Em Moçambique, o desenvolvimento que se verifica no nível econômico caminha em direcções e sentidos opostos aos da melhoria de saúde da população.

O´LANGHLIN (2012) defendeu que a saúde das pessoas e a sua qualificação constituem um pré-requisito para o desenvolvimento. Esse autor reconheceu, ainda, que as políticas macroeconômicas aplicadas, sobretudo, em países como Moçambique estimulam padrões de crescimento econômico que têm consequências negativas para o desenvolvimento social, especialmente devido à perseguição desenfreada por lucros e acumulação de riquezas por pequenos grupos que geralmente governam os países. Associado à corrupção elevada, diminuem as possibilidades de que o crescimento econômico possa se refletir no desenvolvimento e melhoria da saúde da população.

Ainda o mesmo autor, em seu artigo sobre o desafio da saúde rural publicado na obra Desafios para Moçambique 2012, deixou claro que o argumento de que o crescimento econômico traz o bem-estar das pessoas é desejável, mas, na prática, nem sempre acontece assim. Essa ideia é também confirmada pelo documento do governo Moçambicano, Plano de Acção para a Redução da Pobreza Absoluta 2006 – 2009 (PARPA), ao reconhecer que o crescimento que se regista em Moçambique, nos últimos anos, não se reflectiu ainda na melhoria dos indicadores sociais que revelam o desenvolvimento da sociedade. Para além disso, metade da sua população vive em condições indigentes, e uma parte é vulnerável às catástrofes naturais, sobretudo as cheias (MOÇAMBIQUE, 2012), mostrando de forma inequívoca que o crescimento econômico em quase nada acresce o desenvolvimento humano.

O subdesenvolvimento desempenha um papel nefasto na produção dedoenças para a população, e, consequentemente, um grave problema sanitáriopara a população. Ao contrário, quando o desenvolvimento é equitativo entreas populações, também se espera a melhoria da vida das pessoas por meio deacesso à água potável, habitação condigna e supressão de outras necessidadesbásicas. Espera-se, ainda, que haja mais participação ativa da população noprocesso do desenvolvimento e da melhor distribuição dos bens que daí advém.Nesse contexto, Gadelha (2007) afirma que a saúde constitui uma condiçãode cidadania, parte inerente ao próprio desenvolvimento, não havendo país nomundo que possa ser considerado desenvolvido com saúde precária.

Appleton (2000) defendeu que o investimento em capital humano temmostrado uma contribuição significativa no crescimento econômico e, por outrolado, que o investimento na educação melhora a saúde da população. Na mesmalinha de ideias, Akermanet al. (2012) argumentam que, no processo de saúde edesenvolvimento, deve-se criar condições para que os serviços de saúde possamcontribuir para o desenvolvimento inclusivo e sustentável, e isso requer a criação denovas organizações de saúde e profundas mudanças na gestão de serviços de saúde.

Com a globalização em Moçambique nota-se um crescimento económico, mas não há desenvolvimento. Os exemplos práticos são que actualmente conseguimos verificar que existem muitos Moçambicanos com acesso a telemóveis, bicicletas, computadores e muito mais. Será que com a facilidade tecnológica com que nos deparamos hoje em dia significa desenvolvimento para o nosso país? Verdadeiramente que não, porque ainda encontramos muitas crianças sem acesso á educação, serviços sociais, cuidados de saúde, transporte público, reservas de água, terra, recursos naturais e minerais.

Um livre mercado devia garantir a riqueza e desenvolvimento. Mas não é o que conseguimos verificar. Com a globalização o poder de decisão sobre investimentos e consequentemente sobre crescimento e desenvolvimento das nações está sendo transferido paulatinamente para as multinacionais. As multinacionais não tomam as decisões concretas porque estão mais interessados com o desenvolvimento do ocidente e não de África. Significando que a soberania nacional está comprometida (Alcoforado, 2005:41). Concordando com o autor, é verdade que houve aumento de multinacionais no país e também nunca tínhamos assistido muitas pessoas formadas e sem emprego. A desregulamentação permitiu que o sistema financeiro se tornasse um dos principais centros de redistribuição de riquezas para os ricos ficarem mais ricos e os pobres mais pobres.

Os moçambicanos trabalham arduamente longas horas de tempo e recebem salários muito baixos. A partir do momento em que Moçambique optou em usar políticas capitalistas houve um aumento de investimentos para a indústria mineira. Esses projetos empregam muitas pessoas, mas não melhoram as condições de vida dos Moçambicanos mais pobres, o que eles conseguem fazer é poluir aumentando doenças infeciosas como tuberculose para população.





Referencia bibliográfica

 

ALCOFARADO, F (2006) Globalização e desenvolvimento, Editora Garamond, São PauloARRIGHI, Giovanni. O longo século XX: dinheiro, podere as origens de nosso tempo. São Paulo/Rio de Janeiro :Unesp/Contraponto, 1996

Bhalla, Surjit. Imagine There’s No Country: Poverty, Inequality and Growth in the Era of Globalization. Washington: Institute for InternationalEconomics, 2002.

.CARDOSO, Fernando Henrique. Globalização. OEstado de S. Paulo, São Paulo, 28 jan. 1996.(Conferênciapronunciada em Nova Délhi, India, jan. 1996)

DRUCKER, Peter. A sociedade pós-capitalista. SãoPaulo : Pioneira, 1993.

MACHADO, L. T. Concepções politicas do Estado e da questão nacional nos seculos XIX e XX: Mito e realidade das doutrinas politicas. São Paulo: Mandacaru, CPC-UMES, 2000.

ROMERO, A. Globalizacion y Pobreza. EdicionesUnariño, 2004

SANTOS, Boaventura Sousa. Os processos de globalização In Fatalidades ou Utopia?

Porto: Edições Afrontamento, 2ª. Ed., 2002, pp 31-206

Sousa, António Rebelo (2008) De um novo conceito de desenvolvimento no quadro da economia internacional. Lisboa: ISCSP.

Trindade, Augusto José Pereira (2006) Desenvolvimento Económico, Integração Regional e Ajuda Externa em África.Lisboa: IS



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