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introdução a pedogeografia

Introdução a Pedogeografia

Geografia de solos, também chamada Pedogeografia, estuda a distribuição de solos, as associações características dos solos com a vegetação, drenagem, relevo, rochas, clima e o significado dos solos na economia e cultura de uma região. A pedologia (ciência do solo) surgiu no século passado e os geógrafos contribuíram muito para o seu desenvolvimento.  

A real natureza do solo como uma entidade isolada, separada do material rochoso subjacente, do qual é originário, foi descoberta por um geólogo russo, V. V. Dokuchaev, por volta de 1875. Uma classificação apropriada dos solos, baseada em suas características inerentes, ao invés de no material geológico do qual são formados, foi criada em 1927 pelo geógrafo americano C. F. Marbut.  

Na relação do ambiente com o homem, o solo é de fundamental importância. A agricultura ainda emprega os esforços de aproximadamente dois terços da população mundial, e a maior parte das matérias primas para a indústria é proveniente do solo. Muitos problemas de uso da terra tais como erosão, desertificação e plantações improdutivas requerem, para serem solucionados, um estudo completo das características e origens do solo.  

 

Para alguns geógrafos, os solos são a expressão de todos os outros factores do ambiente e como tal eles constituem indícios da região natural. Para "ler" estes indícios, no entanto, o geógrafo deve entender todos os vários factores — geológicos, biológicos, físicos e químicos — que originam os solos, bem como as forças naturais e humanas que os modificam.

 

Solo, cobertura exterior da maior parte da superfície continental da Terra. É um agregado de minerais não-consolidados e de partículas orgânicas produzidas pela acção combinada do vento, da água e dos processos de desintegração orgânica.

 

HISTÓRICO DA CIÊNCIA DO SOLO

O conceito mais popular de solo vem a ser a capa mais superficial do globo terrestre. Para uns, solo é tido como a superfície inconsolidada que recobre as rochas e mantém a vida animal e vegetal na terra.

 

Dependendo do seu uso, pode ser visto sob diversos aspectos como: Para o geólogo, engenheiro de minas, engenheiro civil, o solo constitui verdadeiro estorvo, visto o seu interesse pelo subsolo onde são encontrados as riquezas minerais. Para a engenharia civil é visto também sob o aspecto de resistência e estabilidade das construções, aspecto que deu origem a mecânica de solos.

 

Para o Engenheiro Agrónomo o solo como a camada superficial da litosfera constituindo o meio natural para o crescimento das plantas.

O solo tem sido estudado e interpretado de diferentes maneiras a medida que os conhecimentos do homem evoluem.

O cultivo de plantas começou quando o homem foi se transformando de nómada em sedentário tendo isso ocorrido nos primórdios da humanidade.

Foram descobertos escritos de 2500 a.C. onde se menciona a fertilidade da terra.

 

Também Heródoto 2000 a.C. e Teofrasto 3000 a.C. deixaram registros sobre fertilidade do solo. Entre os romanos vários deixaram escritos sobre o tema sendo condensado por Petrus Crescentuis, em 1240, em um livro intitulado "De Agriculture Vulgare". Durante a idade média, um dos períodos mais obscuros da ciência, pouco ou nenhum conhecimento foi acrescentado sobre esse assunto.

 

No século XVIII apareceu a teoria fisiológica de Mitscherlich dizendo que o solo era um mero reservatório passivo de nutriente as plantas, considerando o solo como um objecto estático, só como sustentáculo das raízes.

 

No início do século XIX esse conceito foi rejeitado com o aparecimento da teoria Húmica de A. Von Thaer que dizia serem apenas as substâncias orgânicas responsáveis pela fertilidade do solo. Com o surgimento da teoria mineral de Justus Von Liebig, em 1840, a anterior foi abandonada embora hoje se saiba que ela é em parte verdadeira. Liebig determinou que eram as substâncias minerais do solo, os alimentos das plantas que entravam no metabolismo vegetal. Logo em seguida Humphreey Davy apoiou a teoria de Liebig reconhecendo a importância da rocha matriz para a fertilidade do solo. Só não soube explicar porque a mesma rocha determinava mais de um tipo de solo.

 

Com Carl Sprengel de 1830-1840 apareceram os conceitos de que o solo é função da influência do clima e dos seres vivos.

 

Vasilí V. Dokuchaev, em 1887, após observações de solos na Rússia nas diversas latitudes estabeleceu relação entre o clima e a génese e evolução do solo. Sua única falha foi dar valor excessivo ao factor clima em detrimentos dos demais factores. Estabeleceu a primeira classificação de solo denominada de classificação climática.

 

Mais tarde, Nikolai M. Sibirtizev, discípulo de Dokuchaev, modificou a classificação climática propondo a classificação dos solos em três zonas climáticas: solos zonais, intrazonais e azonais.

Glinka, em 1927, estabeleceu o estudo do solo a partir do conhecimento do perfil. Em 1917, Wiegner definiu o solo como um sistema disperso obedecendo as leis químicas de dispersão passando o solo assim a ser um corpo activo e não mais estático . Marbut estabeleceu em três metros a profundidade do perfil de um solo, o que determinou contestação por ser a profundidade variável em diferentes solos.

 

G. Milne, em 1935, efectuando pesquisas nas colónias inglesas mostrou existir agentes erosivos que atacaram a rocha produzindo depósitos de materiais estabelecendo também a importância do relevo na formação do solo.

 

Em 1945, Jenny sintetizou em um livro todos os conhecimentos que se tinha do solo até aquela data tornando-se um livro obrigatório de consulta para quem pretende estudar o solo.

Edafologia é o estudo do solo do ponto de vista de sua utilização pelas plantas. Resumindo, estuda a relação solo-planta. Pedologia é a ciência que estuda o solo.

 

 

CONCEITOS IMPORTANTES

Solo

Conjunto de materiais minerais, orgânicos, água e ar, não-consolidados, normalmente localizado à superfície da terra, com actividade biológica e capacidade para suportar a vida das plantas.

 

Solo tem o seu limite superior na atmosfera ou, quando submerso, numa camada de água pouco profunda. Nos limites laterais transita gradualmente para águas profundas ou áreas estéreis constituídas por rocha ou gelo. O seu limite inferior é, talvez, o mais difícil de definir. O solo inclui os materiais próximos da superfície que diferem do material rochoso subjacente como resultado da interacção, ao longo do tempo, do clima, dos organismos vivos, do material originário e do relevo. Normalmente, a sua variação é gradual até ao limite inferior com o material originário, onde cessa a actividade biológica, e coincide com a profundidade de enraizamento das plantas perenes nativas.

 

Pedologia, do grego pedon (solo, terra), é o nome dado ao estudo dos solos no seu ambiente natural. É um dos dois ramos da ciência do solo, sendo o outro a edafologia. A pedologia estuda a pedogénese, a morfologia dos solos e a classificação de solos.

 


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