1.1 - Planificação
Ø Planificação é um processo que consiste
na determinação dos objectivos do desenvolvimento da educação (Matangue 2008).
Ø Planificação é um exercício de se
antecipar o futuro da instituição, de traçar o caminho a seguir, de definir
rumos, de preparar o desenvolvimento para vencer as condições diversas do
mercado
1.2
- Educação
Educação
é uma componente imprescindível na dinâmica do desenvolvimento do povo, na reprodução
social e na formação de ideias na medida em que ensina, ou instrui a sociedade
em diferentes níveis de vida económica política e social.
2.
Algumas observações sobre a história de um conceito
Em
primeiro lugar, seria necessário recordar sistematicamente os diferentes
aspectos de uma evolução que, durante vinte ou vinte e cinco anos, absorveu-se
uma boa parte das reflexões e dos esforços consagrados à educação em numerosos
países. Mas, sobretudo, seria muito útil proceder uma análise crítica
relativamente aprofundada deste processo, em particular do ponto de vista dos
factores que contribuíram para divulgar a ideia de que a educação deve e pode
ser planificada e para a transpor para projecções precisas, antecipações,
opções e modelos de acção destinados a orientar as decisões políticas que se
lhe referem.
O
processo de decisão até às reacções mais ou menos automáticas suscitadas pela
ideia de que um a certa forma de planificação era uma condição prévia de toda
a assistência externa A favor do desenvolvimento do ensino. A fronteira entre
estas duas espécies de motivações não coincide exactamente com a que separa os
países ricos dos países pobres; no entanto, é evidente que os países em
desenvolvimento estavam mais expostos às pressões que podiam exercer sobre eles
muitos organismos que dispensam auxílio multilateral e bilateral, reclamando a
criação de serviços de planificação encarregados de prever os fundos
necessários para o título de ajuda externa (e, certamente, de controlar a sua
utilização). No entanto podemos considerar que a história da planificação ainda
não foi escrita, sendo assim precisaria do espírito crítico para o facto.
3.
Planificação educacional
Já
há algum tempo que os países socialistas da Europa de Leste consideravam a
planificação,
Em
todos os domínios da actividade social e humana, como o meio mais apropriado de
exprimir e exercer as responsabilidades do Estado em relação ao bem estar
futuro da sociedade.
Partindo
da existência de uma política de pleno emprego e do princípio ideológico de uma
relação entre a educação e o mundo do trabalho, a planificação da educação
tornou-se um dos meios normalmente utilizados no arsenal da planificação para
fazer coincidir, tão intimamente quanto possível, os recursos humanos com as
existências da produção.
4.
Hipóteses respeitantes Natureza e a Eficácia da Planificação da Educação
A
maior parte das concepções que presidiram à elaboração de planos de ensino
partiram da noção de capital humano, isto é, do papel que a educação deve
desempenhar para contribuir
De
acordo com Hans N. Weiler, Planificar a educação, era maximizar a contribuição
que esta podia fornecer ao crescimento económico do país, assegurando-lhe, de
preferência, com uma rentabilidade tão forte quanto possível, disponibilidades
suficientes de trabalhadores utilizáveis.
5. Críticas
dirigidas à planificação da educação
Por
diversas razões, a planificação da educação tem sido, nos últimos tempos, Objecto
de vivas críticas. Alguns consideram, muito simplesmente, que ela não revelou a
eficácia necessária para resolver os problemas suscitados pelo desenvolvimento e
a expansão da educação. Outros baseiam as suas dúvidas em apreensões mais
profundas quanto à própria ideia de planificar o futuro de uma sociedade em
geral, enquanto outros ainda pensam que certas hipóteses e características em
que se fundamenta a noção «clássica» de planificação da educação foram adulteradas
a ponto de ser necessário recomeçar de novo. Os remédios propostos são tão variados
como as críticas; vão do abandono puro e simples de qualquer forma de
planificação da educação a um certo número de sugestões destinadas a melhorar as
suas qualidades teóricas e práticas. O exame destas críticas revela-se útil se
pretendemos conferir um novo conteúdo à planificação da educação.
6.
Tendência da planificação e a reforma educativa
A
planificação da educação tem tendência para reproduzir, em maior escala, o
sistema educativo existente, mesmo nos casos em que obteve um certo sucesso de ordem
técnica, contribuiu essencialmente para definir um modo de desenvolvimento capaz
de assegurar o prolongamento mais ou menos linear de uma situação presente.
Foram muito raros os casos
Em
que a planificação da educação se esforçou por introduzir modificações
profundas de estrutura no sistema, e foram mais raras ainda aquelas em que o
conseguiu, quer se trate de redistribuir as possibilidades de acesso à educação
ou de reorientar as características qualitativas do processo educativo. Ê
evidente que a associação, na maior parte das vezes íntima, entre a ordem política
e económica estabelecida é a planificação da educação transfere de uma para a
outra os interesses, dando assim origem a u m processo de planificação
no qual a solução compatível com a preservação e o prolongamento de uma
situação existente surge mais ou menos conscientemente como a opção mais
perigosa. Esta tendência conservadora da planificação e dos panificadores da educação
suscitou críticas particularmente vivas em certos casos em que se desencadearam
vigorosas campanhas a favor
de
reformas da educação e, de um modo mais geral, da sociedade.
Esta
tendência contrasta nitidamente com uma grande parte dos argumentos avançados
sobre a contribuição que a planificação da educação deveria fornecer à reforma
do ensino (SEVERINO1996. 218 p.).
7.
Carácter hierárquico na planificação da educação
Na
maior parte das vezes, a planificação da educação é um processo que se
desenvolve de cima para baixo, os planos são concebidos e a sua aplicação é
decidida ao mais elevado nível.
Os
graus subalternos são minimamente empenhados neste processo, limitando-se o seu
papel, na maior parte das vezes, a contribuir com alguns dados estatísticos
sobre a situação presente e com algumas indicações globais sobre o crescimento
desejado pela subdivisão administrativa (província, Estado, etc.). No conjunto,
não podemos afirmar que a planificação da educação, nas suas principais
manifestações, conduza à participação de instituições e de pessoas estranhas à
hierarquia administrativa, como professores, pais, alunos, colectividades
locais, etc. Na maior parte dos países, o processo de planificação apresentasse
como um assunto que depende estritamente da administração e desenvolve-se de
acordo com critérios e regras de funcionamento característicos da função
pública.
8.
Atitude em relação ao crescimento
Nascida
numa época em que a expansão dos sistemas de ensino constituía uma preocupação
política essencial, em particular, mas não exclusivamente, nos países em
desenvolvimento, a planificação da educação foi dominada por u m interesse
relativamente vivo pelos problemas do crescimento. As taxas, os modelos e as
condições da expansão figuraram constantemente, e bem destacados, na ordem do
dia, as conferências regionais consagradas ao desenvolvimento da educação em
África, na Ásia e na América Latina, com a assistência das comissões económicas
das Nações Unidas e da UNESCO no início dos anos sessenta (Adis Abeba, Karachi,
Santiago, etc.) constituem exemplos particularmente instrutivos desta
tendência. Atendendo à extrema escassez das possibilidades de acesso ao ensino
escolar que eram (e ainda são) oferecidas à população dos países em
desenvolvimento, as preocupações assim manifestadas são bastante
compreensíveis. N o entanto, na evolução global da planificação da educação,
como instrumento de uma política, este interesse constante expresso pelo Cres-
266, Para uma economia política da planificação da educação cimento conduziu ao
desprezo de dois outros aspectos, não menos importantes, da educação e da
repartição das possibilidades de acesso ao ensino entre as diferentes
subdivisões regionais ou sociais da população. A reorientação e a
reorganização dos sistemas educativos, tanto do ponto de vista da estrutura
como do conteúdo. É significativo que, na recente conferência dos Ministros
Africanos da Educação, realizada em Lagos (Janeiro de 1976), o problema do
equilíbrio das oportunidades e o da reforma tenham despertado mais atenção do que
o problema da expansão global (UNESCO, 1977), testemunhando assim uma inversão
das prioridades políticas que a planificação da educação, ainda profundamente
influenciada pelos conceitos globais e mais apoiada no crescimento, pois,
aparência indiferente em sancionar.
9.
Falta de interesse pela re1al1ização
A
partir do momento em que a planificação da educação foi objecto de atenção
sistemática, o termo assumiu sentidos diversos. E m geral, o sentido gravita em
torno da concepção dos planos e daí se deduziram estratégias, métodos e
técnicas variadas para determinar precisamente a concepção que deveria reger os
planos de desenvolvimento do ensino. Na maior parte das vezes, a tarefa
considerava-se realizada logo que se estabelecia o plano, na convicção de que
este saberia resistir às tempestades da realidade. Outra parte conseguiu abrir
caminho até à fase da realização, mas viu-se desfigurada pelas alterações e
diluições sofridas de passagem e que transformaram o sistema de ensino em
qualquer coisa de muito diferente do que pretendiam os panificadores. Como é
evidente, a manifesta incapacidade de tantos planos para se concretizarem na
realidade deve-se a um conjunto complexo de factores. Um dos mais importantes é
a tendência, entre numerosos panificadores ou serviços de planificação, para
não dedicar a suficiente atenção aos problemas da aplicação e às condições
susceptíveis de facilitar ou, pelo contrário, de perturbar a aplicação das
disposições previstas pelo plano.
Do
mesmo modo, atribuiu-se à avaliação dos esforços de planificação muito menos
interesse do que ela reclamava, privando assim os planos de ensino das
vantagens que lhes proporcionaria um controle constante e atento do
processo de planificação e dos obstáculos encontrados (LEVIN1994. 107).
10. Perspectivas lotadas
A
história da planificação da educação mostra a que ponto as suas origens e a sua
evolução estiveram ligados a considerações de desenvolvimento económico,
particularmente através da noção de capital humano.
De
acordo com Gomo, estas ligações permitiram que a planificação da educação se
dotasse de um sistema relativamente coerente e de um conjunto de métodos e de
técnicas suficientemente cómodo, mas impuseram igualmente limites estreitos à
perspectiva na qual o planificador da educação tentava enquadrar a sua
actividade. Preocupado, na maior parte das vezes, em maximizar a contribuição
que a educação pode fornecer à formação de uma mão-de-obra qualificada e, pela
mesma razão, ao crescimento económico (abstraindo, de momento, o problema de
saber em que medida esta esperança é realista), o planificador teve tendência
para esquecer outras funções que a educação pode desempenhar e que não são
necessariamente, nem exclusivamente, de natureza económica. Algumas
considerações, por exemplo sobre o papel da educação na protecção e
melhoramento da saúde, na conservação e no reforço das tradições culturais e
artísticas, no despertar da opinião para as diversas ameaças que pesam sobre o
ambiente, etc., desempenharam um papel nitidamente secundário na determinação
dos objectivos e das estratégias da planificação da educação. Mesmo quando
estes problemas apresentavam um interesse económico evidente (como sucede com a
ecologia), esta polarização quase total sobre a noção de capital humano
impediu-a de fazer uma ideia mais concreta e mais completa de uma realidade em
que a interdependência dos interesses económicos, da estrutura social e do
podar político, teria conduzido a um quadro teórico mais apropriado da
planificação da educação (IDEM).
11. A planificação da educação como um
processo
Na
sua estrutura, o quadro actual da planificação da educação encontra como
acabamos de ver, extremamente centralizado e hierarquizado, o que contribui
para tornar muito delicado para uma economia política da planificação da
educação recurso a este meio para reformar o sistema educativo. Além disso, a
planificação da educação apresenta-se como uma actividade específica,
comportando fronteiras muito nítidas tanto no tempo como no espaço em
determinado momento, determinado serviço administrativo empreende um trabalho
sobre um plano de ensino e termina-o, algum tempo depois, quando o plano se
encontra estabelecido. Poderíamos, pelo contrário, considerar a planificação
como um processo, isto é, uma actividade permanente, sem limites precisos no
tempo e decorrendo de uma estrutura administrativa muito mais difusa. Este tipo
de processo permitiria estabelecer relações muito mais profundas e mais
contínuas com a realidade susceptível de ser influenciada pela planificação
(IDEM).
11.1.
Planificação e igualdade perante a Educação
Alargar
a educação não significa necessariamente que se repartam mais equitativamente
as possibilidades de acesso e de sucesso, e já vimos que, na política da
educação, a repartição das possibilidades de acesso adquire cada vez mais
importância em relação ao crescimento. Simultaneamente, será necessário
reconhecer que as desigualdades sociais são imputáveis a certos tipos de
repartição das riquezas económicas mais ou menos admitidos politicamente, e que
os sistemas educativos tendem a reforçar e a reproduzir fielmente o esquema.
É
justo, portanto, que nos esforcemos por eliminar certas desigualdades actuais
de acesso à educação, orientando neste sentido a planificação, considerando, em
particular, a aplicação de medidas compensatórias, mas é necessário reconhecer
que a educação só poderia desempenhar um papel muito limitado no nivelamento
geral das condições sociais e económicas que caracterizam uma sociedade. Para
reforçar este papel, o planificador deverá procurar compreender melhor a
natureza e as causas das desigualdades no domínio da educação. Esta compreensão
faz parte do diagnóstico, elemento da planificação da educação que tem sido
particularmente desprezado, e deveria fornecer uma resposta parcial ao problema
de saber porque é que, em determinado país, certos grupos e certas regiões são
mais desfavorecidos do que outros em matéria de educação. Quais são os factores
que contribuem para a desigualdade dos serviços educativos fornecidos (qualidade
dos professores, das instalações, etc. E m que medida esta desigualdade conduz
a uma desigualdade correspondente nos resultados obtidos? Trata-se, evidentemente,
de outro aspecto da planificação praticamente ignorado na abordagem clássica,
mas que exige um esforço excepcional de investigação se pretendemos
identificar, por um lado, os obstáculos que se opõem à existência de um sistema
educativo mais equitativo e, por outro lado, às condições em que a educação pode
começar a contribuir modestamente para o estabelecimento de uma maior justiça
na repartição dos serviços educativos e das oportunidades de sucesso que
oferecem (TUNES, 2000. 13).
12.
Humildade Escolar da Planificação da Educação
No
fim da lista das reservas que elaborámos na secção precedente, criticámos a
planificação da educação por dar provas de demasiada ingenuidade e por carecer
de espírito crítico em relação a certas hipóteses de base respeitantes às
relações entre a educação e o desenvolvimento, por um lado, entre a
planificação e a educação, por outro. A breve 'história da planificação foi
aparentemente dotada de esperanças exageradas, esperava-se demasiado da
educação para salvação do desenvolvimento e demasiado da planificação para
salvação da educação. Seja qual for a influência que a educação possa exercer
sobre o desenvolvimento e a planificação sobre o futuro da educação, ela
far-se-á sentir mais intensamente se estas diversas relações e seus limites
forem avaliados com mais realismo.
13.
RELACÕES DE PLANIFICAÇÃO COM ALGUMAS CIÊNCIAS
13.1.
Planificação e investigação
Nas secções precedentes, insistimos particularmente sobre a necessidade de ampliar e modificar os conhecimentos utilizados na planificação da educação. Estes conhecimentos referem-se tanto ao domínio propriamente educativo (melhor compreensão, e más documentada, das situações e tendências existentes) como aos domínios externos da educação, pois estes apresentam uma importância particularmente crítica por a planificação da educação depender de condições conjunturais. A formação de planificadores capazes de resolver estas duas ordens de problemas exige duas actividades distintas. Por um lado, eles deverão compreender a que ponto o desenvolvimento de u m sistema de ensino é função do estado geral da sociedade, mostrando-lhe que a sua evolução e as reformas a introduzir estão limitadas pelo que a dinâmica da estrutura social, o poder político e a situação económica autorizam. Por outro lado, é necessário fornecer-lhes os meios de analisar estas forças, o seu vigor e as suas relações mútuas, ou pelo menos, de compreender e de julgar com espírito crítico as análises feitas por outros a pedido dos planificadores. Para tal, seria necessário, em particular, estabelecer uma apreciação dos métodos de investigação aplicados nas principais disciplinas, familiarizar-se com os diferentes paradigmas e as diferentes ideologias que caracterizam a investigação, e estudar alguns casos típicos no bom e no m a u sentido do termo de investigações sobre o desenvolvimento (TUNES, 2000:13).
13.
2. Planificação de Educação E Comunicação
Se
julgamos correctamente a falta de transparência e de comunicação de uma grande
parte da planificação actual de educação, uma das tarefas mais importantes que
amanhã se imporão aos planificadores será a de reforçar o seu desejo e a sua
capacidade de comunicação. Partindo de um modelo conflitual de planificação baseado
na participação, tal como apontámos mais acima, os planificadores assumirão
funções críticas de ligação de acordo com modos de comunicação e de interacção
muito mais dispersos e complexos. Talvez o papel mais importante a desempenhar consista
em canalizar para o topo informações vindas da base do sistema, e em exprimir
as necessidades, os interesses e as aspirações dos indivíduos e dos grupos
abrangidos pelas consequências do processo de planificação. Como habituar as
pessoas a comunicar? Como é evidente, a condição indispensável é a existência
de um desejo e de uma vontade de se empenhar numa troca de comunicações, mas esta
vontade só será obtida à custa de um esforço paciente e para uma economia
política da planificação da educação constante de dessacralização empreendido
junto de funcionários geralmente muito pouco comunicativos. N o entanto, este processo
poderia ser facilitado, ao mesmo tempo que se reforçaria a capacidade de
comunicação e de interacção, se a formação dos planificadores da educação
comportasse mais actividades por pequenos grupos, exercícios de interacção e
outros métodos referentes ao comportamento mútuo dos indivíduos e dos grupos.
13.3.
Planificação de Educação E Política
Torna-se agora bastante evidente que, para nós, a planificação da educação deve significar, sobretudo, que se reconhece a natureza essencialmente política deste processo. Estamos muito longe, da concepção do planificador - técnico, mesmo se a nossa definição deste especialista lhe atribui ainda um conjunto apreciável de qualificações técnicas. Para atender, nas suas actividades, à natureza política da planificação da educação, o planificador deverá compreender não só os processos políticos de que ela depende, como também o papel que deverá desempenhar. Se, como indicámos, a planificação da educação pode, segundo o contexto político em que se processa, basear-se na manutenção do status ou, pelo contrário, orientar-se para modificações radicais das estruturas sociais existentes, seria estranho que os que se encontram no cerne da planificação da educação pudessem ficar indiferentes e «neutros». O planificador deve, portanto, pretender tornar-se u m «homem político num ambiente altamente técnico; o programa de formação capaz de preparar para esta tarefa ainda não foi inventado, mas poderíamos pelo menos, tentar que, nos programas aplicados, os estagiários «desaprendam» alguns hábitos e atitudes tecnocráticas que acompanham a concepção clássica e a política da planificação da educação (MENEZES, 1977).
13.4.
Planificação de Educação e legitimação
O
que é que este exame da planificação da educação tem a ver com o problema da legitimação,
tal como se apresenta a propósito da educação? A este respeito, os problemas da
planificação e o da legitimação são praticamente os mesmos; planificar a
aplicação de uma política e assegurar a sua legitimidade são duas atitudes
independentes. Se pretendemos modificar a noção e o alcance da planificação da
educação, em que é que as transformações afectam o processo e os critérios
através dos quais se legitima a política educativa?
O
género de planificação da educação a quem dirigimos a maior parte das nossas
críticas ilustra uma das relações estabelecidas entre a planificação e a
legitimação para legitimar totalmente, ou em parte, a política da educação,
afirma-se que ela resulta de uma planificação cuidadosa e sistemática. Nesta perspectiva,
as decisões são, pois, consideradas mais legítimas desde que se baseiem na planificação,
assim, esta torna-se, pelo menos implicitamente, um meio de legitimar as
decisões tomadas em matéria de educação.
Temos
tendência para pensar que não é esta a maneira correcta de tratar o problema da
legitimação e que a questão está a ser escamoteada, se a planificação é um meio
de legitimar as decisões tomadas, quem pode, por sua vez, legitimar a
planificação.
Ë
verdade que existem teóricos que, no contexto mais amplo do debate consagrado à
legitimação especialmente entre os sociólogos alemães durante os dez últimos
anos se declararam a favor da legitimação. No entanto, tudo leva a crer que uma
concepção tão formalista da legitimação tende a congelar irrevogavelmente o
processo de decisão, tanto na educação como em outros sectores político
e económico (MENEZES, 1977).
«A
criseda legitimação da educação» organizada pelo Centro de Estudos, Armindal,
IN.
S. W . Austrália (26 de Novembro-1 de Dezembro de 1977),.
Hemry
LEVIN, Paris, U P E , 1977, UNESCO,
educação em África e de Conferência de Lagos, (,1976), Paris,
Unesco, 1977. Menual de Introdução a Administração Monografias
2a. ed. São Paulo: Atlas. 1994. 107 p.
SEVERINO, Antônio Joaquim. Metodologia do Trabalho Cientifico.
20a.ed. São Paulo:
Cortez Editora. 1996. 218 p.
TUNES, Elizabeth & MELO, Joana Silvério & MENEZES. Deise
de Matos, A atividade de
formular problema de Pesquisa. Universidade Católica de Brasília ;
2000. 13
p.- digitado.
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