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ANTROPOLOGIA CULTURAL

ANTROPOLOGIA CULTURAL DE MOÇAMBIQUE 


1.Conceitos

Na luz de MALINOWSKI (2003:s/p), refere que Antropologiauma ciência que se dedica ao estudo do ser humano de forma holísta”.

 Antropologia é ciência integrada, que estuda o homem no âmbito da sociedade e da cultura a que pertece, combinando perspectiva das ciências naturais, sociais e humanas.

A cultura é um conjunto de valores crenças, conhecimentos, instrução, normas, comportamento, produção artistica e técnícos partilhado pelos membros de uma sociedede, transmissivel às gerações seguintes e resultante de interação social (MARCONI e PRESOTO, 2005).

Cultura é o conjunto de informação e do conheimento adquirido por aprendizagem social.

Para GALLAHER (2008:5), Colonial “é relativo ao colonialismo consiste numa política de exerçer o controle ou autoridade sobre um território ocupado e administrado por um grupo de indivíduo com poder miliitar”.

Represetante do governo de um país ao qual esse território não pertencia, contra a vontade dos seus habitantes que, muitas vezes, são desapossados de parte dos seus bens e de eventuais direitos político que detinham.

2. Conceito de antropologia de cultura

A origem etimologica – a palavra “antropologia” deriva das palavras gregas “logos” (estudo) e “anthropos” humanidade e significa, literalmente, estudo da humanidade”(MALINOWSKI, 2003).

Porém a atropologia, na época antiga, não era exactamente o que é actualmente. Para os gregos antropologia, era uma “ciência dedutiva”, isto é, uma discusão baseada em deduções abstratas sobre natureza dos seres humanos e o significado da existência humana.

 

 

2.1. Objecto de estudo da antropologia

 A antropologia oferece um conhecimento humano comparativo do mundo e da sua diversidade cultural, portanto, o objecto de estudo da antropologia “é o homem, a sua cultura e suas relações com mundo, fazendo com que ocorra transformações todo o tempo. 

Estuda e pesquisa as semelhanças e diferenças culturais entre os varios agrupamentos humanos, assim como das culturas, (MALINOWSKI, 2003).

Campo amplo da ciência antropológica. Abrange o estudo do homem como ser cultural, isto é, fazendo de cultura. Investiga as culturas humanas no tempo e no espaço, suas origens e desenvolvimento, suas semelhanças e diferenças.

Tem o foco de interesse voltado para o conhecimento do comportamento cultural humano, adquirido por, analisando-o em todas dimensões. Todas as sociedades humanas passadas, presentes e futuras interessam ao antropologo cultural.

2.2. Cultura no Contexto Antropologico

Para Edward Tylor, 1871 cultura é todo complexo que inclui conhecimentos, crenças, arte, moral, leis, costumes ou qualquer outra capacidade ou habitos adquiridos pelos homens enquanto de uma sociedade (http:/www. Epa.antropologia.br/cultura.htm).

Tylor foi o primeiro a formular o conceito de cultura de ponto de vista antropologico da forma como é utilizado actualmente. Na vardade ele formalizou uma ideia que vinha crescendo desde o iluminismo.

Enfatizou a ideia do aprendizado na sua definição de cultura. O homem é um ser predominante cultural. Graças a cultura, ele superou suas limitações orgánicas. O homem conseguiu sobreviver através dos tempos com equipamente biologicos realctivamente simples. A cultura é o meio de adaptação do homem aos diferentes ambientes.

Na luz de MARCONI & PRESOTO, (2005:54), Cultura ‘é o conjunto de informação e do conheimento adquirido por aprendizagem social. Apesar de suçinta, caractrização de cultura conte varios elementos importantes que são”:

  • A cultura não é algo de congénito, mas algo de que se aprende; não nascemos culto. Podemos nascer programados para aprender, mas nascemos na posse do conjunto de informações e de comportamento a que chamos de cultura;
  • Aquisição de cultura significa que alguem foi instruida educado. E que outras pessoas, a instruíram educaram, a transmissão de cultura é pois um processo social, precisando dos outros para aprender;
  • Ser culto não significa somente ter realizado aquisições importantes no campo das artes e das letras.

É uma herança social, sucessivamente enriquecida e susceptivel de evolução, modificação.

3. Antropologia em África e em Moçambique

A Antropologia em África e em Moçambique, tem suas origens nas práticas do colonialismo. Assim, para entendermos a evolução da antropologia em Moçambique, teremos que revisitar parte da história da antropologia portuguesa, (http:/www. Epa.antropologia.br/cultura.htm).

3.1. Antropologia em África e no chamado terceiro mundo   

A antropologia como ciência confirmada e distinta da filosofia foi desenvolvida durante a expansão colónial. E assim nasce como uma ciência e para a colonização. Tratava-se de justificar a dominação de uns continentes, subcontinentes, povos ou raças sobre os outros.

A teoria da antropologia colonial a conceitos científicos como “selvagem”, “primitivo”, “arcaico”, “não civilizado”, “sem escrita” para estigmatizar aos povos não industrializados. Esta antropologia se definia como ciência que estuda os povos primitivos.

Eminentes antropólogos têm realizado e continuam realizando este dever científico para rectificar e voltar a estabelecer esta verdade científica violada, transformada em mentira pela antropologia colonial, (MAZULA, 1995).

 

Apesar das independências dos países da África negra a máquina da transfiguração do negro tem sido tão importante que as suas sequelas psicológicas têm deixado permanentemente nos negros, como indivíduos e como colectividade, (IBDEM).

As ciências sociais em geral e em particular a antropologia que deveriam ajudar o ser humano a libertar-se dos pré-julgamentos, têm sido contaminadas com uma “desonestidade intelectual alheia a todo rigor científico, dentro do mecanismo de justificação e imposição do imperialismo ocidental”

3.2. Antropologia colonial em Moçambique

Desde a subida ao poder da burguesia, na 1ª metade do século XIX, o estudo dos “costumes populares” foi considerado uma questão de interesse fundamental

No século XIX e a 1ª metade do século XX, a etnografia associa-se á procura de uma identidade nacional, deve ser encontrada entre “o povo” e não entre as classes urbanas no poder (que não conformam o autenticamente português, por não serem rurais, apesar de poderem ter uma experiencia muito antiga).

Acontece que o popular de hoje é rejeitado como má cultura e o popular de ontem é definido como “tradicional”. Curiosamente o que antes era só hegemónico e burguês é agora considerado como “popular”.

3.3. A colonização portuguesa em Moçambique

Portugal foi a ultima potência a ocupar militarmente o território moçambicano e a primeira e única que implantou uma administração moderna.

É a partir dos fins do século XIX, depois da conferência de Berlim (1884-1885) que se concretiza a ocupação efectiva do território, foi nos princípios deste século que a administração portuguesa ocupou todo território e que se concretizou, na sua totalidade, a penetração do capitalismo, (MAZULA, 1995).

Os processos históricos dos povos de Moçambique foram influenciados pela presença quase sempre com o apoio da violência, por sistemas políticos, económicos e culturais diferentes que alteram, as evoluções naturais dessas sociedades.

 

Com a chegada de outras culturas e sistemas de produção, sobretudo quando foram impostos militarmente e implantados como dominantes por uma administração estrangeira, provocaram processos de resistência.

 Até então, Moçambique ocupava uma subalterna na estratégia colonial portuguesa, desempenhando fundamentalmente um papel de apoio a navegação das rotas do oriente e de fornecedores de escravos, principalmente para o Brasil e Caribe.

Até 1752 o território dependia de administração portuguesa na índia, funcionando como uma delegação da EUA, (IBDEM).

Localmente, a presença portuguesa limitava-se a alguns postos costeiros e uns poucos locais no interior, principalmente ao longo do rio Zambeze.

O comércio do ouro e do marfim constituía o principal objectivo económico entre os princípios do século XVI e os finais do século XVII.

Nas expedições para o interior de Moçambique, os portugueses encontraram a presença dos comerciantes árabes, começando assim a disputa pelo comercio e pelas vias de comunicação, o que provocou algumas discordâncias entre as nobrezas portuguesas e a indiana (nobres vindo de Portugal).

De acordo com MONDLANE, (s/d:195) As limitações económicas e humanas e a obrigatoriedade da ocupação determinada na conferencia de Berlim, obrigaram Portugal à diferentes estratégias de colonização, aliando-se as experiências da Inglaterra e França. Deste modo, Portugal criou as “companhias majestáticas”.

Cerca de 2/3 do território moçambicano ficou sob administração de diferentes companhias, destacando-se:

Companhia de Moçambique no centro (actuais províncias de Sofala, Manica e Tete); a companhia da Zambézia, no médio e baixo Zambeze e a actual província da Zambézia, companhia de Niassa, no norte, correspondendo aos territórios das actuais províncias do Cabo – Delgado, Nampula e Niassa (universidade Eduardo Mondlane; 1988 e Mosco; 1989). Sul de Moçambique focou sob administração directa do governo português.

Os capitães destas companhias eram maioritariamente não portugueses principalmente ingleses; alemães, franceses.

Esta divisão territorial implica diferentes formas de colonização conforme os objectivos dos capitais continentes das companhias que actuavam de baixo de uma importante influência do colonialismo inglês na região.

Com o crescimento da população colonial e o surgimento dos primeiros centros urbanos aumentaram as necessidades de abastecimento alimentar com produtos não tradicionalmente produzidos pelos camponeses moçambicanos (IBDEM).

A colonização directa no sul contribui para que existisse (comparativamente com o centro e norte de Moçambique) uma maior densidade de serviços públicos, principalmente os relacionados com a saúde e com a educação. A igreja contribui de forma significativa das acções educativas e sanitários, que eram realizadas nas “missões religiosas”.

O centro de Moçambique era o mercado pelas explorações agrícolas construtivas a partir das companhias majestáticas.

Estas companhias dedicavam-se principalmente á produção de produtos de exportação (açúcar, chá, sisal, copra, algodão). Estas produções eram realizadas com tecnologias incentivas no factor trabalho tendo as companhias as zonas específicas para recrutamento de mão-de-obra que era efectuado com o apoio da administração colonial e das autoridades gentílicas.

Com o acréscimo das necessidades de mão-de-obra nestas plantações e nas minas sul – africanas, o governo colonial, foi pressionado pela companhia centros de Moçambique a delimitar as áreas onde era permitido o recrutamento.

3.4. A antropologia pré e pós-independência, em Moçambique    

A história de que dispomos da antropologia em Moçambique é recente. A produção do conhecimento não se reveste ainda de um carácter sistemático e esta, mesmo no âmbito institucional, fortemente marcada pela iniciativa individual ou pela imposição de instituições que financiam os estudos neste domínio.

Na região, as lutas de libertação do Zimbabué e da Namíbia aumentavam de intensidade e incrementa-se a crise interna do apartheid na África do sul.

Com a independência, foram priorizadas as questões da implantação do poder, o que significa, principalmente, a reestruturação das instituições e implantação das burocracias da Frelimo em todo território, (MOSCA, 1985).

 a libertação e  afirmação política e cultural, a formação do exército e a imobilização das populações para garantir o apóio popular e evitar o surgimento de iniciativas étnicas e para a resistência do já embrionário conflito regional.

Com a formação do novo governo, surge um regime presidencialista com grande concentração do poder e no reforço autoritarismo.

Para garantir a ordem e tranquilidade foram criadas duma forma voluntaria grupos dinamizadores, como órgão de base nas empresas e nos bairros, conselhos e produção como embriões dos sindicatos e as milícias populares, constituídas por voluntários ao nível dos bairros, aldeias e das empresas e os grupos de vigilância que eram os piquetes de controlo do movimento de pessoas nos bairros, aldeias e empresas.

3.4.1. Experiência socialista de Moçambique     

Com a independência, a Frelimo apresentou num projecto de economia e sociedade socialista assente no poder monopartidista, (IBDEM).

O movimento de libertação transformou-se num partido marxista-leninista no III congresso.

3.4.2. A experiencia da luta armada e o trabalho intelectual

Como toda a produção intelectual, a produção científica em Moçambique corresponde as condições históricas do seu desenvolvimento, ou seja, aos meios teóricos e práticos do seu funcionamento.

Os estudos etnológicos moçambicanos foram realizados no âmbito da administração colonial, e tinha como objectivo conhecer a realidade social, a fim de “bem administrar”, e, algumas vezes, concomitantemente, fins folclóricos.

O período histórico que corresponde as três décadas em Moçambique foi marcado por duas grandes viagens: o desencadeamento da luta armada contra o sistema colonial português e a sua derrota por uma luta articulado em torno de uma ideologia revolucionária visando criar uma sociedade socialista, (MOSCA, 1985).

Alcançada a independência, torna-se necessário explicar a luta de libertação nacional, o subdesenvolvimento e a luta de classes neste país descolonizado. Um novo campo teórico se impunha, pois a experiencia histórica actual colocava um certo número de problemas de ordem teórica e prática de investigação poderia abordar e resolver.

2.4.3. Sociedade Tradicional em Moçambique        

Na sociedade tradicional, as elites tradicionais eram constituídas pelos chefes mwenes, seus madodas, médicos tradicionais e outros, estes eram os detentores dos mecanismos do poder e do privilégio da opinião que lhe permitia tomar decisões sobre os destinos das respectivas comunidades, assim como produzir e veicular a sua ideologia.

Na perspectiva de PERREIRA (1987:s/p), Ao longo da colonização do território, as autoridades coloniais foram ganhando consciência da existência de um poder e uma autoridade tradicional em que o reconhecimento se baseava no oval espiritual e temporal que recebia da comunidade, em volta das quais girava todo universo existencial as populações tradicionais.

É desta forma que se extrai a razão porque a política colonial inverteu pela captação desse potencial, conhecendo-o e instrumentalizando-o para a começar do seu objectivo.

Actualmente afirmar que se estão perante que se opera ao nível psicológico e individual isto porque há no íntimo de cada cidadão uma face africana a que a que ele abdica porque faz parte de si mesmo, como o nível sociológico e colectivo, numa vez que os valores e princípios tradicionais, como por exemplo o lobolo e outros ritos de iniciação sempre estiveram bem presentes no dia-a-dia das comunidades rurais assim como urbanas.

Deste modo se compreendem as razões porque os padrões de vida eminentemente ocidentais (formais), mesmo quando acompanhados de teor revolucionário e socialista, representa numa violência muito grande na maneira das comunidades moçambicanas.

Surge um problema a nível elementar, como por exemplo a nível de comunicação: há inicialmente a questão da língua que dum lado é portuguesa e doutro africano (Língua Nacional).

 

3.4.4. Principais Actividades da Sociedade Tradicional em Moçambique 

A sociedade tradicional em Moçambique, ao longo do século passado da sua permanência no seu habitat praticava diversas actividades inerentes à sua cultura e ao seu próprio ambiente, que são transmitidas de geração em geração, cuja perpetuação chegou até aos nossos dias.

Essas actividades compreendiam diversas secções como produtivas, educativas e recreativas.

Das actividades produtivas salientar-se a caça, a agricultura que é a mais importante de todas, o artesanato, a olaria, o comércio, a indústria, pesca e navegação (COPANS, 1989).

Das actividades educativas temos a oratura em todas as suas manifestações de contos, lendas, adivinhas, provérbios e ensinamentos, nas recreativas incluem-se as danças, a música.

3.4.5. Desenvolvimento Histórico e Principais Áreas de Interesse Contemporaneo.

Moçambique é caracterizado por um mosáico cultural e linguístico, e outras especialidades que necessitam de um novo enfoque, carecem de uma reconceptualização de uma contestação de certas ortodoxias e paradigmas científicos.  

O conceito relações sociais de género tem estado a ganhar, na prática das flexões da sociologia e da antropologia, estatuto de paradigma, ao informar sobre as relações sociais entre homens e mulheres, (MAZULA, 1995).

As análises de género, os estudos sobre a mulher envolvem necessariamente criticam e desafios aos paradigmas dominantes bem como as abordagens praticadas nas ciências sociais, como parte de um processo de desenvolvimento de novos paradigmas.

O androcentrismo prevalecente no campo de conhecimento das ciências sociais continua a ignorar e a marginalizar a contribuição da mulher para a sociedade, ajudando a subordinar a mulher ao gerar um conhecimento sexista que legitima uma ordem social dominada por homens.

Ao utilizar-se o género como instrumento conceptual, desafiam-se as abordagens convencionais: as migrações de trabalhos para a vizinha África do Sul, por exemplo, não poderão ser vistas apenas como empreendimentos masculinos na procura de melhores condições de vida, mas como um processo de expansão da produção, de distribuição, onde quer os homens quer as mulheres jogam papeis fundamentais, se bem que distintos, e durante o qual as relações de género são frequentemente construídas.




BIBLIOGRAFIA 

MAZULA, Brasão. Educação, Cultura e Ideologia em Moçambique (1975-1985) Edições aprofundamentos, 1995.

PERREIRA, Rui. O Desenvolvimento da Ciência Antropológica na Empresa Colonial do estado nono.1987

MONDLANE, Eduardo. Lutar por Moçambique, 1ª edição,

COPANS, Jeans. Criticas e políticas de antropologia, volume 1989.

MOSCA, João. A experiência socialista em Moçambique 1985.

GALLAHER, C. Et all, Colonialismo e Emperialismo, 2008.

MARCONI, e PRESOTO, Antropologia: um Introducao a Antropogia  2005

http:/www. ep. antropologia.br/cultura.htm. 12-08-2012


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