1.Estrutura industrial
Estrutura Conjunto formado,
natural ou artificialmente, pela reunião de partes ou elementos, em determinada
ordem ou organização. (Segundo dicionário Aurélio).
Michael Porter (1986, S/P) define a indústria como sendo um grupo de
empresas fabricantes de produtos que são substitutos bastante próximos entre si.
Estrutura
industrial tem uma forte influência na determinação das regras competitivas,
que deverão ser observadas e compreendidas ao se analisar uma indústria, ou as
empresas que a compõem
1.1 Organização do
trabalho industrial
Entende-se como,
organização do trabalho a especificação do conteúdo, métodos e inter-relações
entre os cargos, de modo a satisfazer os requisitos organizacionais e
tecnológicos, assim como os requisitos sociais e individuais do ocupante do
cargo.THOMPSON, (p. 20,1967).
1.2 As linhas teóricas sobre
organização do trabalho
A
literatura existente apresenta três linhas teóricas básicas a respeito de
organização do trabalho industrial:
ü Racionalização
da tarefa do cargo;
ü Enriquecimento
de cargos;
ü Grupos
semi-autônomo.
1.3Racionalização da tarefa e do cargo
A consolidação e a formalização da linha de
racionalização da tarefa e do cargo, também chamada administração científica,
são atribuídas a Frederick W. Taylor
Segundo
Taylor, propôs o método da administração científica, ou determinação científica
da tarefa, em substituição "às regras pessoais empíricas que vigoravam no
processo", como a forma mais adequada para acabar com a "vadiagem no
trabalho" e aumentar a produtividade no sector de produção.
A
racionalização da tarefa e do cargo baseia-se nas seguintes premissas:
ü Existe
uma maneira óptima de se desempenhar uma tarefa; para estabelecê-la, deve-se
examinar a realidade de forma científica.
ü Para
tornar operacional esta colocação, foi desenvolvido um conjunto de técnicas,
hoje consolidado no chamado estudo de tempos e movimentos.
A
aplicação dessas técnicas implica, contudo, uma segunda premissa, que é a
seguinte:
ü "É
necessário separar o planeamento da execução da tarefa." Isto porque, de
acordo com a concepção taylorista, "o operário, ainda o mais competente, é
incapaz de compreender esta ciência" .
ü "É
necessário promover a selecção do melhor operário para cada tarefa, o seu
treinamento e o seu desenvolvimento;
ü "Todo
trabalhador procura maximizar seus ganhos monetários." Isto deu ensejo ao
desenvolvimento dos sistemas de incentivo salarial. Por outro lado, como
"a experiência demonstra que quando os trabalhadores estão reunidos
tornam-se menos eficientes do que quando a ambição de cada um é pessoalmente
estimulada".
1.4O enriquecimento de cargos
Nessa ocasião, foi levantada a hipótese de
que a produtividade seria bem maior desde que os aspectos psicológicos dos
trabalhadores estivessem adequadamente tratados. No entanto, como pouco se
conhecia sobre tais aspectos psicológicos, o resultado prático foi a adopção de
medidas que visavam, fundamentalmente, melhorar o ambiente de trabalho como:
ü A
solução proposta para o problema assim colocado é apresentada num conjunto de
técnicas que se convencionou chamar enriquecimento de cargos.
Tais
técnicas são as seguintes:
ü Rotação de cargos -
implica o revezamento entre as pessoas envolvidas nas tarefas do sistema
produtivo;
ü Ampliação horizontal - neste
caso, agrupam-se diversas tarefas, de mesma natureza, num único cargo;
ü Ampliação vertical - é o
caso onde se atribuem tarefas de diferentes naturezas (exemplo: produção,
inspecção, manutenção) a um único cargo;
ü Enriquecimento de cargos -
admite que se aplique a ampliação horizontal e a vertical a um único cargo.
1.5Grupos semi-autônomos
O conceito de grupos semi-autônomos passou a
ser difundido a partir de diversas experiências sobre diferentes formas de
organizar trabalho. A primeira delas se desenvolveu nas minas de carvão em
Durham, Inglaterra, por volta de 1948, e as mais recentes e famosas são aquelas
que estão se desenvolvendo nos países escandinavos.
Um grupo
semi-autônomo (GSA) é uma equipe de trabalhadores que executa,
cooperativamente, as tarefas que são designadas ao grupo, sem que haja uma
pré-definirão de funções para os membros. (DAVIS, 1972. P, 12).
Em
resumo, grupos semi-autônomos, o grupo recebe uma tarefa com baixo nível de
detalhamento, recebe recursos para executá-la e tem autonomia para se
estruturar durante o processo de desenvolvimento do trabalho.
A
actividade industrial possui uma organização peculiar que a distingue de tantas
outras actividades. Assim, algumas das formas de organização científica do
trabalho industrial são: O taylorismo, O
fordismo, a estandardização, A produção em serie, O trabalho em cadeia, A
especialização e a Organização industrial das grandes concentrações.
2. O taylorismo
O taylorismo surge através do engenheiro Americano Frederik Taylor,
nos princípios do seculo XX. Taylor pós em prática as primeiras regra que, deve
obedecer a produção industrial, cuja base fundamental é a divisão de tarefas
por operário, isto é, a sua especialização. Assim, o Taylorismo assenta nos
seguintes princípios:
ü A
cada operário ou grupo de operários caberá apenas a execução de uma tarefa
específica, advindo dai uma execução mecânica e automática cada vez mais
perfeita;
ü Eliminando-se
a perda de tempo e dos movimentos desnecessários e esforços inúteis;
ü Cada
operário devera ser seleccionado para realizar uma tarefa de acordo com as suas
aptidões.
ü Também
cada operário será remunerado em função do seu rendimento.
Estas
regras incrementarão o rendimento e a produção, logo a empresa terá maiores
lucros e menos custo de produção. Este autor preconizava ainda que por esta via
seria possível reduzir o número de operários e, por consequente, a despesa em
salario.
Apesar
das ventagens oferecidas, há uma
listagem desvantagens, a saber:
ü O
operário poderá cansar-se devido à monotonia na execução das tarefas e
consequentemente poderá reduzir o seu rendimento;
ü Uma
outra desvantagem consiste no facto da exclusão de operários ser grande e o
facto de trabalhador ou operário não dispor de espaço para implementar as suas iniciativas;
ü A
demais, a implementação deste principio conduz ao maior índice de desemprego.
2.1Fordismo
Henry Ford, um industrial
Americano de automóveis, aperfeiçoou ao mais alto nível o taylorismo, permitindo
assim absorver os operários de qualquer aptidão física, pois para todos havia
uma tarefa específica, inclusivamente para os cegos, bem como para os operários
sem membros.
O
fordismo tinha uma abordagem diferente do Taylorismo, isto porque Ford tinha um
caracter mais humano, pelo que se preocupava com o bem-estar do seu trabalhador
ou operários compradores de automóveis que eles mesmos produziam.
2.2Estandardização
Segundo GEORGE, (s/p, 1979) é um processo que consiste na produção de artigos ou objectos de dimensão e forma única e ou semelhante, de modo que a sua utilização seja universal, independentemente da marca de fabrico.
Por
exemplo, os parafusos, as velas, as lâmpadas, as rodas de automóveis,
entretanto outros objectos.
2.3Produção em serie
A
produção em serie consiste em produzir em massa ou seja, em largas escalas
produtos idênticos, isto é, tanto a maquina como o operário adaptam-se a cada
fim específico desde a entrada da matéria-prima até a saída do produto final.
A
cada momento da operação corresponde uma tarefa destinta com um produto de
diferente, oque implica necessariamente redução das máquinas e equipamentos, a
aperfeiçoamento do operário e, por conseguinte, redução de custos devido a
maior a produtividade. Este processo é o resultado do taylorismo e
fordismo.
2.4 Trabalho em cadeia
O
trabalho em cadeia é um nível de produção em serie. As varias fases sucedem-se ininterruptamente,
do principio ao fim, e todas elas interligadas, ordenadas harmoniosamente
segundo uma orientação racional. Neste, o operário não se desloca permanece
sempre no mesmo local, pois é a maquina ou tapete rolante que vai rolando e
trazendo os produtos que passam junto de cada operário, cabendo a este executar
a tarefa que esta predeterminada.
As chamadas linhas de montagem são a perfeição
do trabalho em cadeia, e estão presentes nas fábricas de automóvel,
electrodomésticos, refrigerante.
As
inconveniências desse processo, prendem-se nos embaraços da fase seguinte
devido a não execução de alguma tarefa no momento previsto por parte do
operário. A fadiga da tarefa no momento previsto é um outro aspecto a
considerar, dado que o operário realiza tarefas rotineiras. Finalmente, o
operário torna-se uma autêntica peça da máquina.
2.5Especialização
A
especialização é o corolário da evolução de toda organização de que falamos
anteriormente, tendo como base a divisão do trabalho em tarefas específicas.
Esta data das corporações dos ofícios na idade media e foi aperfeiçoada no
seculo XVIII pelo inglês Adam Smith. O fim em vista a maximizar a produção e
produtividade, pois cada operário familiarizar-se mais com as máquinas que lhes
estão destinadas, e ao atingir máxima perfeição atinge o máximo rendimento que
corresponde ao fim ao último em vista.
2.6Organização das grandes
concentrações industriais
A
concentração industrial assume hoje um papel predominante, pois permite a maior
concorrência industrial e, consequentemente, o crescimento económico. A
concentração industrial pode ser geográfica e financeira. A concentração
geográfica ou técnica está relacionada com associação de estabelecimentos
industriais no determinado espaço. Por sua vez, a concentração financeira da
indústria diz respeito ao crescimento de tamanho das empresas.
Intenda-se
a que empresa como uma unidade financeira de produção que resulta da
concentração do capital e da sua centralização. Esta unidade financeira tem uma
sede social e pode comportar um número qualquer de estabelecimentos situados em
locais variados e distintos da localização da sede social. Por seu turno, por
estabelecimento intende-se como a unidade visível, e que ocupa um lugar no
espaço.
A concentração económica produz-se
por vários processos, dos quais os principais são:
ü A
ampliação de uma empresa pioneira que constroem novas unidades de fábrica;
ü A fusão -
que consiste na reunião de muitas empresas de importância semelhante de uma só;
ü Absorção
- consiste na absorção de varias
empresas pequenas, pela maior;
ü Tomada de posição em sociedade por
acções - este é um processo que actualmente assume maior
importância. As grandes sociedades tomam a participação noutras e procuram
controlar estas por meio de uma posição maioritária.
Assim,
a concentração económica assume por outro lado duas formas principais: a concentração
horizontal e a concentração vertical ou integração.
A concentração horizontal
– consiste no conjunto de varias empresas similares, isto é, cujo os produtos
fabricados são idênticos, com o intuito de melhor controlarem os mercados e os
preços. Por exemplo, uma concentração que inclui varia empresas que produzem
veículos desde bicicletas, motorizadas,
automóveis, autocarros e tractores.
Na
mesma categoria de exemplo, a indústria automobilista norte americana que antes
contava com uma centena de sociedades, reagrupou-se em aproveito de três
consultores principais: a general motores
a Ford e a Crysler. Por sua vez a Philips
(Holanda), a Gruding (Alemanha) e asanyo (Japão) são três das grandes
marcas que dominam o mercado mundial de televisores rádios e outros electrodomésticos.
Concentração vertical ou integração-
consiste na integração ou agrupamento de váriasindústrias ou empresas de várias
actividades ou empresas produtivas complementares, podendo ir desde a produção de
matérias-primas até ao fabrico de vendas de produtos acabados.
A integração pode serascendente
(ou montante) - quando a expansão faz-se na direcção da produção de
matérias-primas pela actividade principal (fabrico de produtos acabados). Por
exemplo, a Ford fabricante de automóveis, é a proprietária de minas de ferro,
de unidades siderúrgica, de vias-férreas, plantação de borracha, de grandes
entre postos comerciais.
Diz-se integraçãodescendente
(ou jusante) - quando a empresa se expande em direcção a produção e a qual
actividade inicial fornece a matérias-primas. É o caso de algumas sociedades
petrolíferas que através da concentração vertical descendente passaram a
refinar o seu petróleo e a fabricar produtos químicos derivados do petróleo e
destinados ao consumo corrente, (MONDEN, s/p, 1984).
A
concentração vertical e horizontal possibilitam a redução dos custos da
produção e, portanto, a aplicação dos princípios das economias da escala,
permitindo desde modo a maximização dos capitais por baixo investimento,
segurança do aprovisionamento em matérias-primas ou semi-elaborados, a que nos
chamamos (stocks), evitar as
concorrências comerciais e consolidar o seu monopólio e oligopólio do mercado.
No primeiro caso, refere-se ao domínio ou controlo do mercado por uma empresa
ou uma indústria. No segundo caso, acontece quando duas ou mais empresas
controlam ou dominam o mercado.
Importa-nos
salientar que apesar de existir algumas empresas e industrias que optam em
organizar-se em concentração horizontal e outras em concentração vertical,
existem as que preferem adoptar as duas formas de concentração simultaneamente,
constituindo assim grandes potentados industriais, com fabulosos volumes de
vendas e com muitas dezenas e mesmo milhares de empregados. Destas fazem parte,
por exemplo, a General motores, a Ford ambas nos (EUA), a Unilever na (Holanda) e no Reino Unido,
a Hitachi no (Japão), a siemens na Alemanha.
Conforme os tipos de relações
económicos-jurídicas que se estabelecem entre as empresas associadas estas
tomam designações diferentes, nomeadamente:
ü Os trusts-
são concentrações gigantescas que agrupam empresas que não perdem a sua
existência jurídica própria mas perde a independência económica e financeira em
favor de uma delas. Por exemplo, a Philips,Shell,
e Bayer;
ü Os cartéis -
são concentrações de empresas de um mesmo ramo industrial que celebram entre si
um acordo com o fim de suprimir a concorrência ao controlarem o mercado.
ü Conglomerados-
são firmas constituídas por empresas com a ligação financeira e que trabalham
em sectores diversificados (por exemplo electrodomésticos,
mobiliário, hotelaria, industrias alimentares). Constata-se que a sua
natureza favorece a redução dos riscos económicos, por outro lado permite-lhe
obter maiores rendimentos dos sectores mais rentáveis. Igualmente nesta
categoria encontramos a coca-cola,
Mitchubitchi e Renault. As multinacionais ou transnacionais fazem parte
desta categoria, pois assim se designam por estarem localizadas ou sedeadas em
varias nações.
ü Holdings
- consistem num grupo bancário que controlam e agrupa participações de
numerosas sociedades comerciais. Neste caso alguns grandes bancos controlam por
maioria de acções centenas de empresas comerciais e industriais sem intervirem
directamente na produção.
Referencias Bibliográficas
BERGAMINI, C. W. et al. Gestão empresarial: o factor humano. Coordenador Thomaz WoodJr. São Paulo: Atlas, 2002.
DAVIS, L. E. &
Taylor, J. C.The Design of jobs.
Penguin Books,.p. 12. 1972.
GEORGE, PIERRE. Geografia Industrial do Mundo. São Paulo: Difel, 1979.
LIKER, J. K. O modelotoyota:
14 princípios de gestão do maior fabricante do mundo. Porto Alegre: Bookman,
2005.
MONDEN, Y. Sistema Toyota de Produção. São Paulo: IMAM, 1984.
NOGUEIRA, Alexandre Studart. Análise
da estrutura da indústria segundo Porter. In:_______. Padrão de concorrência
e estrutura competitiva da indústria suinícola catarinense. [S.l.: s.n.].
THOMPSON, J. D. Organizations in action. New York,
McGraw-Hill, 1967.
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