Impactos
Ambientais da Actividade Industrial
Conceitos
Básicos
Poluição
Por poluição entende-se a introdução
pelo homem, directa ou indirectamente, de substâncias ou energia no ambiente,
provocando um efeito negativo no seu equilíbrio, causando assim danos à saúde
humana, aos seres vivos e aos ecossistemas.
Meio
Ambiente
A
“soma total das condições externas circundantes no interior das quais um organismo,
uma condição, uma comunidade ou um objecto existe. O meio ambiente não é um
termo exclusivo; os organismos podem ser parte do ambiente de outro organismo”
(ART, 1998).
Impacto
Ambiental
Considera-se
o impacto ambiental qualquer alteração das propriedades físicas, químicas e
biológicas do ambiente, causada por qualquer forma de matéria ou energia
resultante das actividades humanas que, directa ou indirectamente afecta.
(CONAMA:1990).
Indústria
Na luz de (SPOSITO, 1988:42) a Indústria
é o conjunto de actividades humanas que têm com o objectivo a produção de
mercadorias, através da transformação dos produtos da natureza. Portanto a
própria produção artesanal doméstica, a corporativa e a manufactureira
representam formas de produção industrial, ou seja, um primeiro passo no
sentido de transformar a cidade efectivamente num espaço de produção
Meio
Ambiente e Indústria
Para efeito deste trabalho vai˗se ater a
reflexão sobre os impactos ambientais causados pelas actividades industriais.
Porém, não é por isso que ve˗se com menor importância os outros impactos
existentes os quais merecem profunda reflexão, pois estão relacionados às
acções indiscriminadas que levam à degradação ambiental e à exclusão social.
Dentre estes, podem˗se citar: a poluição das águas, a desertificação, a
destruição da Mata Atlântica e da Floresta Amazónica, a intensificação do uso
dos agros tóxicos na agricultura, o analfabetismo, etc.
As
actividades mais comuns são provenientes de indústrias petroquímicas, isto é,
indústrias químicas que utilizam o petróleo, ou subprodutos de seu refinamento,
como matéria-prima para fabricar plástico, tintas, e uma infinidade de itens
sintéticos; uma enorme indústria siderúrgica que produz aço em larga escala,
consumido como matéria-prima, principalmente o minério de ferro e o carvão
mineral, também acompanhada de algumas indústrias que utilizam seus subprodutos
na fabricação de cimento e outros materiais; indústria de celulose e papel etc.
(BRANCO, 1988, p.39-40).
O
facto ressaltado pelo autor, diz respeito à especialização da mão-de-obra e dos
produtos exigidos pelo mercado consumidor cada vez mais exigente. O que antes
levava dias para ser produzido artesanalmente, actualmente é produzido em minutos
pelas indústrias. Além disso, ao criar o diferencial de produção, o processo torna-se
mais complexo, devido à utilização de elementos químicos, e consequentemente
mais perigosos.
Este
processo, além de criar problemas sociais, por dispensar mão-de-obra, intensifica
os problemas ambientais. Nas áreas industriais os impactos são constantes por
estarem expostos a variantes específicas, em um processo conhecido como de
pontuação. Este processo pode ser utilizado como critério na compreensão de
alguns fenómenos locais, regionais ou globais, como por exemplo, o efeito
estufa, o aumento do buraco da camada de ozono, a extinção de algumas espécies
de animais, o ar adensado sobre uma mesma cidade, etc. (MESQUITA; SILVA, 1993).
Diante dos fatos elencados, consideramos
o modo de produção capitalista responsável pela degradação ambiental, pois
lança a mão de obras de diferentes estratégias, a fim de afirmar seus
interesses. Aos governos resta maior empenho na preservação ambiental, pensando
nas gerações futuras. É importante um cuidado especial com a produção
industrial que, interessada em conquistar fatias cada vez maiores do mercado,
ultrapassa as medidas relacionadas à preservação ambiental.
Percebe-se que a problemática ambiental
não é algo novo, mas vem tomando proporções gigantescas, colocando a sociedade
em choque. De um lado, antes que seja tarde, há necessidade de se encontrar uma
saída para minimizar os impactos; de outro lado, os interesses sendo movidos em
sentido contrário dão a sensação de que não haverá força suficiente para se
encontrar uma saída.
Assim,
considera-se a realidade, criada ao longo de décadas pelo homem e suas
invenções, um fato que desencadeou um novo desafio. Este seria de como
conciliar o crescimento económico com o meio ambiente, sem comprometer as reservas
para as futuras gerações. O desfio entre a criação de perspectivas de crescimento
com qualidade de vida e preservação ambiental seria o paradigma da actualidade.
Impactos Ambientais Causados Pelas
Indústrias
Os impactos ambientais são causados
pela actividade humana. Mesmo os mais básicos, como moradia, já causam grandes
efeitos no ambiente, através do desmatamento para a urbanização. Após esse
impacto vem a poluição dos rios próximos à região urbana, através do
saneamento, descargas de lixo e excrementos são depositados nos rios e
córregos. Após isso vem a poluição do solo através do lixo não colectado e
descartado de forma incorrecta. Isso é apenas um pequeno exemplo para abstrair
o quanto a actividade humana pode impactar o ambiente. Além de tudo, o ser
humano, além de prejudicar a si mesmo, prejudica a natureza, todo o
ecossistema: o solo, a água, as plantações e os animais!
As actividades industriais, embora
tenham trazido comodidade para essa nova sociedade urbana, oportunizando-lhe
desde um frango limpo até aquecedores eléctricos, trouxeram os resíduos finais
que são resultantes da produção. Estes resíduos provocam preocupações
importantes, pois ocupam um certo espaço, tem seu tempo de vida útil e degradam
o meio ambiente pela sua composição. Desta forma torna-se necessário o
conhecimento, o transporte, a classificação e o condicionamento desses resíduos
em ambientes específicos. Pois os resíduos provenientes das actividades
industriais podem ser bem mais ofensivos ambientalmente aos organismos vivos.
O aumento da população, da
industrialização e também do consumismo trouxeram junto riscos e alterações no
sistema ambiental devastando ecossistemas, poluição do ar, do solo e das águas
ocasionando perdas, algumas irrecuperáveis, como centenas de espécies de
mamíferos e de aves extintos nas últimas décadas. Alem do grande impacto
devastador provocado na flora e nos próprios seres humanos, através da poluição
dos rios, desmatamento, degradação do solo, que causam a destruição da
biodiversidade (GRYZINSKI, 2005:86-95).
Podemos afirmar que houve nos últimos
anos uma tomada de consciência mundial referente à preservação e conservação do
meio ambiente. A conscientização fez o homem perceber, que o progresso estava
deixando atrás de si um rastro macabro de destruição e um trágico caminho de
mortes. A partir dessa conscientização começaram a acontecer Conferências
Internacionais para tratar e debater sobre o meio ambiente.
No entanto, há necessidade de um grande
processo de transformação em todo o mundo para que essa consciência possa
realmente exercer uma prática saudável de um relacionamento entre o ser humano
e a natureza, que tenha mais eficácia e produza um verdadeiro efeito.
As novas tecnologias, ao criar novas
maneiras de agregar valor às mercadorias - alterando cores, sabores,
durabilidades e outras -, levam ao uso intensivo de elementos químicos, o que
aumenta as preocupações com o meio ambiente. A indústria não só acompanha as
novas tendências, também cria outras tendências com diferenciais maiores.
Podemos citar como exemplo, a fabricação do jeans, antes azul, agora pré-lavado
e às vezes manchado, rasgado etc.
Os impactos causados pela actividade humana
são tão graves, e tantos em quantidade que gera uma lista:
Poluição
O
termo poluição deriva do latim poluere,
que significa “sujar”. Poluição é qualquer alteração provocada no meio
ambiente, que pode ser um ecossistema natural ou agrário, um sistema urbano ou
até mesmo, em micro escala, o interior de uma casa. Essas alterações podem ser:
v Inicialmente, apenas das proporções ou
das características de um dos elementos que formam o próprio meio.
v Resultado da introdução de substâncias
naturais, porém estranhas, a determinados ecossistemas.
v Causadas pela introdução de substancias
artificiais e, portanto, estranhas a qualquer ecossistema.
Poluição
do Ar
A
poluição atmosférica é um dos problemas mais sérios das cidades e também um dos
que mais atingem os sentidos da visão e do olfacto. A poluição do ar é
resultado do lançamento de enorme quantidade de gases e materiais particulados
na atmosfera ou então de elementos ou partículas que naturalmente não aparecem
na composição atmosférica, como é o caso do chumbo, das poeiras industriais.
Em geral, os veículos automotores são os
principais responsáveis pela poluição do ar, com destaque para milhares de
automóveis particulares que rodam nas grandes cidades dos países desenvolvidos
e em muitas cidades dos subdesenvolvidos.
Os
principais poluentes lançados na atmosfera
v Monóxido
de carbono (CO), produto da queima incompleta dos combustíveis;
v Dióxido
de enxofre (SO), produto da combustão do enxofre presente nos combustíveis
fósseis;
v Monóxido
de nitrogénio (NO) e dióxido de nitrogénio (NO), também conhecido como óxidos
de azoto (NO), resultante de qualquer combustão que ocorra na presença de ar
atmosférico;
v Chumbo
(Pb), que costuma ser adicionado a gasolina para aumentar sua octanagem.
Os graves efeitos do monóxido de carbono sobre
os seres humanos são amplamente conhecidos. No processo de respiração, o
monóxido de carbono forma com a hemoglobina, uma ligação mais estável. A
ligação monóxido de carbono-hemoglobina reduz a oxigenação do cérebro e das
células, provocando, em pequenas concentrações, dores de cabeça, vertigens.
O
dióxido de enxofre e os óxidos de azoto causam ou agravam os problemas
respiratórios: asmas, bronquite, pneumonia.
A elevação dos níveis de poluentes na atmosfera
traz consigo uma série de problemas as pessoas, tais como irritação nos olhos e
na garganta e problemas respiratórios, principalmente para as pessoas que já
tem predisposição a eles, como os portadores de doenças crónicas do tipo asma e
bronquite.
Há alguns fenómenos naturais que agravam a
concentração de poluentes na atmosfera, tais como a inversão térmica, os baixos
índices pluviómetros, além da disposição do relevo, que pode dificultar a
circulação atmosférica.
A inversão térmica
Trata-se de um fenómeno natural que pode
ocorrer em qualquer parte do planeta. Quando a temperatura próxima ao solo cai
abaixo de 4 grau, o ar frio, impossibilitado de elevar-se, fica retido em
baixas altitudes. Camadas mais elevadas da atmosfera são ocupados com ar relativamente
mais quente, que não consegue descer. Ocorre, assim, uma estabilização
momentânea da circulação atmosférica em escala local, caracterizada por uma
inversão das camadas: o ar frio fica em baixo e o ar quente acima, fenómeno
definido como inversão térmica. Um ambiente muito favorável para a ocorrência
da inversão térmica é justamente as grandes cidades. Pelo fato de se
apresentarem grande área construída, portanto desmatada e impermeabilizada, as
grandes cidades absorvem grande quantidade de calor durante o dia.
A temperatura média da
terra elevou-se em 1 grau nos últimos 120 anos, fazendo derreter o gelo das
calotas polares e aumentando a intensidade dos furacões, 840 espécies
catalogadas de seres vivos foram extintas nos últimos 500 anos. A concentração
de gás carbónico na atmosférica cresceu 30% nos últimos 150 anos e as mortes
relacionadas ao ar poluído chegam a 3 milhões por ano. O consumo de energia
aumentou 32 vezes no último século. Propaga-se, por exemplo, a noção de que
está em curso a sexta extinção em massa (GRYZINSKI, 2005, p.86-95).
A noite, no entanto, perde calor
rapidamente. Com a concentração do ar frio nas camadas mais baixas da
atmosfera, o que impede sua dispersão, ocorre também a concentração de toneladas
de poluentes emitidos por várias fontes, o que agrava sobremaneira o problema
ambiental da poluição em baixos extractos da atmosfera, constituindo um sério
problema ambiental apenas em centros urbano-industriais.
A ilha de calor
A
“ilha de calor” é um fenómeno típico de grandes aglomerações urbanas. Resultado
da elevação das temperaturas médias nas zonas centrais da mancha urbana, em
comparação com as zonas periféricas ou com as rurais.
A substituição da vegetação por grande quantidade
de casas e prédios, ruas e avenidas, pontes e viadutos e uma serie de outras
construções, que é tanto maior quanto mais se aproxima do centro das grandes
cidades, faz aumentar significativamente a irradiação de calor para a
atmosfera. Além disso, na atmosfera das zonas centrais da cidade, é muito maior
a concentração de gases e materiais particulados, lançados pelos automóveis e
fabricas, responsáveis por um efeito estufa localizado, que colabora para
aumentar a retenção de calor.
A elevação da temperatura nas áreas centrais
da mancha urbana facilita a ascensão do ar, quando não há inversão térmica,
formando uma zona de baixa pressão. Isso faz com que os ventos soprem, pelo
menos durante o dia, para essa região central, levando, muitas vezes, maiores
quantidades de poluentes. Assim, sobre a zona central da mancha urbana forma-se
uma “cúpula” de ar pesadamente poluído.
O efeito de estufa
Efeito de estufa trata-se de um fenómeno
natural e fundamental para a vida na Terra. Consiste também na retenção de
calor irradiado pela superfície terrestre, pelas partículas de gases e de água
em suspensão na atmosfera, garante a manutenção do equilíbrio térmico do
planeta e, portanto, a sobrevivência das várias espécies vegetais e animais.
O efeito de estufa resulta, de um
desequilíbrio na composição atmosférica, provocado pela crescente elevação da
concentração de certos gases que tem capacidade de absorver calor, como é do
caso do metano, dos clorofluorocarbonos, mas principalmente do dióxido de carbono.
Essa elevação dos níveis de dióxidos de florestas, desde a Revolução
Industrial.
Assim, segundo recentes pesquisas, admite-se
que uma duplicação de concentração de dióxido de carbono na atmosfera pode
provocar uma elevação média de 3 grau na temperatura terrestre, o que poderia
elevar em uns 20 centímetros, em média, o nível dos oceanos.
Esse fenómeno é chamado de efeito estufa
porque, nos países temperados, é comum a utilização de estufas durante o
inverno para abrigar determinadas plantas. A estufa feita de vidro ou plástica
transparente tem a capacidade de reter calor, mantendo a temperatura interna
mais elevada que a temperatura ambiente.
Destruição
da camada de ozono
Outro problema ambiental de carácter global
que vem assustando muitas pessoas é a gradativa destruição da camada de ozono
existente na estratosfera.
Ela tem um papel fundamental na regulação da
vida na terra, ao filtrar a maior parte dos perigosos raios ultravioletas
emitidos pelo sol. Sabe-se que esses raios podem causar no homem, entre outros
problemas, câncer de pele e perturbações da visão.
Em 1979, pela primeira vez, verificou-se que a
concentração de ozónio estava se tornando rarefeita sobre a Antárctida.
Já são bastantes conhecidos os grandes vilões
da destruição de ozónio, os gases CFCs usados como fluidos de refrigeração,
como solventes, nas embalagens de aerossóis e nas espumas plásticas. Além dos
CFCs, outros produtos químicos também foram responsabilizados: compostos
bromados, tetracloreto de carbono e clorofórmio de metila.
O buraco na camada de ozono é maior sobre o
pólo sul, porque as baixíssimas temperaturas registadas na Antárctida ao
formarem nuvens estratosféricas de gelo, favorecem a transformação dos
clorofluorocarbonos estáveis em cloro activo, que catalisa a reacção de
destruição de parte do ozono, diminuindo sua concentração.
As chuvas Ácidas
É importante ressaltar que as chuvas, mesmo em
ambiente não poluído, são sempre ácidas. A combinação de gás carbónico presente
na atmosfera produz ácido carbónico que embora fraco, já torna as chuvas
normalmente ácidas. Assim, as chuvas ácidas que causam graves problemas, são
resultantes da elevação exagerada dos níveis de acidez da atmosfera, em consequência
do lançamento de poluentes produzidos pelas actividades humanas.
O desmatamento dos
sistemas naturais apresenta muitos aspectos, mas o que caracteriza o homem
moderno e o distingue das sociedades não industriais é sua agressão total.
Enquanto os estragos causados pelas culturas primitivas (anteriores) eram limitados
e localizados, permanecendo a maior parte do globo intacta, hoje nada escapa. A
crise ecológica que actualmente abala o planeta não mais se resume na morte
deste ou daquele rio, no desmatamento de um ou de outro bosque, na perda desta
ou daquela espécie ou no envenenamento do ar das grandes cidades. O mal afecta
a ecosfera como um todo (LUTZEMBERG apud CUNHA; GUERRA, 2002 p.12).
Segundo
Santos (1994) um factor de atracção de indústrias para a área é a presença de
mão-de-obra em seu entorno, isto beneficia o empresário que não precisará fazer
despesas com refeitório e não terá que pagar vale transporte e vale alimentação
para os trabalhadores. Este factor, disponibilidade de mão-de-obra, oferece uma
perspectiva de lucro nos empreendimentos implantados na área. Ainda ressalta
que esse factor aliado de outras condições criadas pelo sistema de produção capitalista
vai delineando mudanças económicas e sociais resultantes do controle privado do
processo de produção do espaço.
O
mesmo autor, ao analisar a economia mundial, coloca que os impulsos sofridos
pela economia dos países em desenvolvimento se alteram ao estímulo dos países
desenvolvidos. Afirma, também, que este processo resulta na desvalorização da
mão-de-obra, condiciona a força de trabalho a baixos salários e cria
dependência que, com o passar do tempo, se transforma em factor condicionante da
economia. Essas alterações podem ser encontradas reflectidas no plano regional,
no qual as pessoas são submetidas a baixos salários, a intermináveis horas de trabalho,
a condições insalubres das empresas.
A
actividade industrial nos Países Desenvolvidos e Subdesenvolvidos
Nos
Países Desenvolvidos
Os
países desenvolvidos são nações em que o desenvolvimento económico e industrial
estão associados ao um padrão de qualidade de vida elevado. Por esta definição,
percebemos que um país para ser classificado como desenvolvido, depende de bons
indicadores económicos e sociais e não apenas de um grande volume de produção
industrial e económica.
Desenvolvimento económico e social
O
elevado grau de industrialização e a reduzida dependência financeira são as
principais características económicas dos países desenvolvidos. Ter economia
estável e em crescimento distingue estes países dos considerados
subdesenvolvidos.
Embora
os indicadores económicos tenham peso significativo na classificação dos países
quanto ao desenvolvimento, esta não é condição única para colocar uma nação, no
selecto grupo dos países considerados desenvolvidos. Elevada expectativa de
vida e baixas taxas de mortalidade infantil, por exemplo, são atributos que as
nações desenvolvidas devem ter.
Características dos países
desenvolvidos
As
nações listadas na categoria de países com alto nível de desenvolvimento, não
revelam o mesmo padrão de vida e nem a mesma condição económica. No entanto,
existem particularidades comuns à nações desenvolvidas. Vejamos:
v Algumas
foram nações colonizadoras, no período de expansão do capitalismo comercial.
v Significativa
parcela do PIB – Produto Interno Bruto é constituída por actividades económicas
ligadas à indústria, comércio e serviços.
v Agricultura
é especializada e há grande investimento em mecanização e tecnologia.
v Possuem
balança comercial favorável – importam produtos agrícolas e primários e
exportam produtos industrializados.
v No
cenário global, ocupam posição de dominação económica – as nações menos
desenvolvidas dependem tecnológica e economicamente desses países.
v A
ciência e tecnologia são prioritárias e por isso, desenvolvidas. Há
investimento público e privado expressivo em pesquisa.
v As
redes e serviços de transporte e comunicação são avançados e eficientes.
v A
população é altamente urbanizada e por isso, a concentração de pessoas nas
actividades agropecuárias é reduzida.
v As
taxas de escolarização são elevadas e o analfabetismo é reduzido, se comparados
aos países subdesenvolvidos.
v As
cidades possuem boa infra-estrutura de mobilidade, lazer, moradia e segurança.
v Com
excepção de alguns países, como os Estados Unidos, o crescimento populacional é
bastante reduzido. As taxas de fecundidade também são baixas.
v Taxas
reduzidas de mortalidade infantil e elevadas de expectativa de vida são típicos
desses países com padrão de vida superior.
Os países desenvolvidos
v No
continente americano: Canadá e Estados Unidos
v No
continente asiático, países como: Japão, Rússia, Singapura, Coreia do Sul e
Taiwan.
v Na
Oceânia, as ilhas da Nova Zelândia e Austrália.
v Continente
Europeu: Países da Europa Ocidental como Inglaterra, França, Alemanha, Suíça,
Áustria, Mónaco, Holanda entre outros.
A actividade industrial nos Países Subdesenvolvidos
Os
países considerados subdesenvolvidos – também chamados de “periféricos” ou “em
desenvolvimento” – pautaram os seus respectivos desenvolvimentos nacionais a
partir de uma relação de limitações económicas ocasionadas pelos mais diversos
motivos: dominação colonial, influência externa, problemas políticos internos,
desenvolvimento tardio, dependência económica, corrupção, entre outros. No que
tange ao desenvolvimento industrial desses países, é importante salientar que
cada um apresentou esse processo de maneira diferenciada. O objectivo deste
texto, no entanto, é encontrar alguns padrões gerais sobre o processo de
industrialização em países subdesenvolvidos, resguardando as devidas particularidades.
Praticamente
todas as economias periféricas do planeta são conhecidas por seus históricos
económicos marcados por uma produção puramente rural. A industrialização,
nesses casos, ocorreu de forma mais consolidada a partir da década de 1950, de
modo que em muitos países esse processo ainda se encontra em fase inicial, como
é o caso de alguns territórios da África e da Ásia. Em outros, como boa parte
da América Latina, o norte africano e a África do Sul, bem como uma fracção dos
países asiáticos, o processo de industrialização encontra-se em etapas mais
avançadas, embora tenha se constituído de maneira tardia em relação aos países
desenvolvidos (SPOSITO, 1988).
É
nesse contexto que surgem várias expressões para designar essa dinâmica, tais
como: Novos países industrializados (NICs), Novíssimos Países Industrializados,
Tigres Asiáticos, Novos Tigres Asiáticos, Países subdesenvolvidos
industrializados, Economias emergentes, entre muitos outros termos. Em suma, a
maior parte dessas economias, apesar de apresentar um parque industrial
diversificado, caracteriza-se pela predominância de empresas estrangeiras e
baixo domínio de bens tecnológicos mais avançados.
Os principais países
subdesenvolvidos industrializados por área continental e regional
v América
Latina – Brasil, Argentina e México;
v África
– África do Sul, Egipto e, em menor grau, a Nigéria;
v Ásia
– China, Índia, Turquia, Coreia do Sul, Singapura, Hong Kong, Vietname,
Indonésia e outros.
O
predomínio de tecnologia e empresas estrangeiras nesses países deve-se ao
processo de Globalização económica e a consequente expansão das empresas
multinacionais, também chamadas de empresas globais ou transnacionais. Essas
empresas migraram para esses locais em busca de mão-de-obra mais barata e
qualificada, melhor acesso ao mercado consumidor e outras vantagens oferecidas
em termos de factores locacionais.
Outra
característica do desenvolvimento industrial do mundo subdesenvolvido foi a
necessidade de intervenção do Estado no que tange aos investimentos em infra-estruturas
e, em alguns casos, até em indústrias de base, como a siderúrgica, o sector
petroquímico e outros. Mesmo assim, muitos desses países privatizaram essas
empresas, ou seja, transferiram-nas para o capital privado, a exemplo do Brasil
com a siderúrgica e mineradora Vale do Rio Doce.
De
todos os países considerados emergentes ou subdesenvolvidos industrializados, a
China foi o que apresentou o mais peculiar processo de crescimento no sector
secundário, fortemente marcado pela presença e controle do Estado, factor
característico da economia planificada que se auto denominou “socialista”.
Mesmo com a abertura posterior para o capital estrangeiro, a presença e
actuação do Estado na China ainda são elevadas, controlando as áreas onde as
fábricas se instalam, mantendo a propriedade estatal de várias companhias e
intensificando Joint Ventures
(associações) entre empresas estrangeiras e indústrias nacionais.
No
cerne desse processo de industrialização do mundo subdesenvolvido, alguns
países expressaram de forma mais evidente a grande dependência em relação ao
capital externo, tanto em termos tecnológicos quanto em virtude das relações de
importação e exportação. É o caso, por exemplo, do México, que em sua região
norte – mais próxima da fronteira com os Estados Unidos – instalaram-se muitas
indústrias chamadas “maquiladoras” ou montadoras, empregando mão-de-obra local
a baixo custo e exportando a preços relativamente baixos.
No
caso brasileiro, todas essas características acima foram reproduzidas,
inclusive no que se refere à grande dependência – ainda predominante – para com
o capital estrangeiro. No país, assim como em toda a América Latina, predominou
o modelo de industrialização substitutiva de importação (ISI), com abertura de
mercado, investimentos em infra-estruturas, atracção de capital estrangeiro e
alto endividamento da máquina pública.
No
entanto, como consideramos no início do texto, é impossível generalizar todas
ou a maioria das características da industrialização em países emergentes. Os
Tigres Asiáticos, por exemplo, já apresentam um amplo domínio de tecnologia de
ponta – principalmente a Coreia do Sul –, além de possuírem muitas empresas
multinacionais que expandiram suas actividades pelo mundo, a exemplo da
montadora de carros Hyundai e a
empresa de tecnologia Samsung.
De
toda forma, o que se pode observar é que mesmo com um parque industrial
diversificado e um sector terciário crescente (tal como nos países centrais),
os mercados subdesenvolvidos ainda não foram capazes de converter essa geração
de riquezas em benefícios sociais e melhoria do desenvolvimento humano.
Embora
o título “país desenvolvido” seja designado com base em múltiplos factores,
nenhum país da América Latina ou do Continente Africano está classificado no
grupo das nações desenvolvidas.
A
China possui o segundo maior PIB do mundo – no topo da lista está os Estados
Unidos mas não é, em geral, colocada na categoria dos países desenvolvidos por
ainda possuir indicadores sociais reduzidos.
Referências bibliográficas
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W. H. Dicionário de ecologia e ciências
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1993.
SPÓSITO,
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